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Sebrae e Universidade de Valência vão fomentar o Nordeste

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Parceria prevê a construção de estratégias que promovam o crescimento econômico da região

Luciana Oliveira

João Pessoa – Uma atividade econômica consolidada, integrada e sustentável pode mudar a realidade de um território. Foi a partir dessa ideia que o Sebrae firmou convênio com a Universidade de Valência, na Espanha, para construir métodos e instrumentos que desenvolvam o Nordeste do Brasil. O programa A visão sustentável do desenvolvimento contempla os nove estados da região e vai capacitar diretores e analistas da instituição. Na noite dessa segunda-feira (5) cerca de 30 desses técnicos se reuniram em João Pessoa, com professores espanhóis, para iniciar os trabalhos.

“A região de Valência, na Espanha, tem características similares ao Nordeste brasileiro. Esse intercâmbio de informações será muito importante para termos uma visão estratégica e identificarmos as oportunidades de desenvolvimento da nossa região”, explicou o diretor-técnico do Sebrae Paraíba e coordenador nacional do programa, Luiz Alberto Amorim.

Para o professor da Universidade de Valência e diretor do Instituto de Desenvolvimento Local, Joan Noguera, essa troca de experiência é bastante positiva para os dois países. “O Sebrae é uma instituição que tem visão estratégica e capacidade de implementar os pensamentos teóricos e colocá-los em prática. O Nordeste brasileiro tem problemas similares à região do Mediterrâneo e podemos aprender com os erros e acertos de cada um”, destacou o professor. Ele e o também professor Joan Del Acazar serão responsáveis pelo repasse de conteúdo durante esta semana, em João Pessoa.

A parceria entre as duas instituições teve início em maio deste ano, com a assinatura do convênio. A partir daí, dirigentes das unidades do Sebrae nos estados nordestinos fizeram visitas técnicas à região de Valencia, em julho. Agora em novembro, teve início a capacitação técnica para os mesmos dirigentes e de três a cinco analistas de cada estado. Nesta sexta-feira (9) haverá ainda uma visita técnica á região de Areia (PB), na qual serão mostrados exemplos de produção associada ao turismo e ao desenvolvimento. “Teremos essa fase preparatória no Brasil, depois conteúdo on-line e, posteriormente, a visita técnica à Espanha, no ano que vem”, disse Luiz Alberto.

“Essa é mais uma iniciativa do Sebrae que visa colocar em prática ações que contribuam para o desenvolvimento territorial. Vimos em Valencia a empolgação das pessoas com atividades econômicas que melhoraram suas vidas, sua região. Podemos aprender e introduzir essas ações aqui também”, destacou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Paraíba, Mário Borba.

O professor Joan Del Acazar também comemorou a parceria. “O nosso futuro depende da capacidade de pensarmos juntos. Vamos trabalhar juntos para que possamos desfrutar dos melhores benefícios”, finalizou.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias


Carteiro Amigo é a primeira franquia de uma UPP carioca

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Regina Mamede

Rio de Janeiro - Privilégio e orgulho. Esse são os sentimentos dos sócios do Carteiro Amigo, o primeiro empreendimento nascido em uma comunidade carioca que vai abrir uma franquia. “Ainda nem sabemos direito onde podemos chegar, porque quanto mais a gente trabalha, mais portas se abrem”, festeja Sila Vieira, que comanda o negócio com Carlos Pedro e Elaine Ramos, na Rocinha, bairro da zona sul do Rio de Janeiro.

A ideia surgiu porque os sócios queriam repassar a experiência deles para outras comunidades que já contavam com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Em busca de orientação, foram ao Sebrae no Rio de Janeiro. A análise técnica mostrou o potencial de negócio do Carteiro Amigo e a formatação da franquia está na reta final.

O negócio começou a tomar forma há 12 anos, quando os empresários trabalhavam como recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Durante o processo, perceberam que se eles tinham dificuldade para se orientar pelos becos e ruelas do morro, a tarefa era ainda mais complicada para alguém estranho à comunidade. A confusão era tanta que as correspondências eram colocadas em pontos improvisados e poucos usuais, como bares e açougues. No começo, os próprios sócios faziam a entrega e cada visita rendia um ponto de localização. “Inventamos um modelo próprio. Escolhemos o K, só porque é uma letra diferente, seguida de um número que indicava a casa – uma espécie de subcep”, define Sila Vieira.

Com o objetivo de melhorar o serviço, criaram uma central e quatro pontos de distribuição para ampliar a área de cobertura. Para conseguir clientes, contrataram cerca de 40 pessoas, que recebiam R$ 3 por cada cadastro – o mesmo valor mensal cobrado por residência. Em pouco tempo, já tinham três mil registros, com informações que não se limitavam ao endereço. Dois anos depois, com o crescente número de interessados, os empresários se sentiram mais seguros para investir na formalização de uma microempresa e procuraram o Sebrae no Rio de Janeiro. Começaram também um processo de capacitação que, segundo Sila, dura até hoje e continua abrindo possibilidades.

Atualmente, cerca de sete mil residências são cadastradas a um custo mensal de R$ 13. A inadimplência é grande, mas os sócios estão sempre negociando com o cliente. Para driblar essa dificuldade, passaram a investir na distribuição de folhetos de propaganda. Assim, conseguem se manter e pagar oito funcionários, “todos com carteira registrada e da comunidade”, reforça Silas.

A descoberta do cliente corporativo está abrindo uma outra perspectiva de atuação: propaganda direcionada para o público potencial. Isso porque, ao todo, a empresa tem 18 mil cadastros detalhados dos moradores de uma comunidade com pouco mais de 25 mil domicílios, segundo dados do IBGE de 2010.

Futuro

Esse ativo da empresa foi testado há pouco menos de um mês, quando os profissionais que trabalham com moto-táxi receberam por SMS a oferta de um serviço oferecido por um escritório de advocacia. A resposta foi muito além do esperado, segundo avaliação do próprio cliente.

“Já fomos procurados por outras empresas, mas ainda estamos montando um modelo para identificar o perfil de quem está no cadastro e definir como e para quem divulgar determinado produto ou serviço. Também estamos na expectativa de lançar a franquia ainda esse ano. Uma coisa foi puxando a outra, mas a capacitação ajuda muito porque confirma o que fazemos por intuição e aprendemos a reconhecer opções que não víamos”, reconhece Silas.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Câmara aprova Secretaria da Micro e Pequena Empresa

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Para o Sebrae, criação do novo órgão melhora interlocução dos pequenos negócios com o governo federal

Alessandra Pires

Brasília – O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (7) o substitutivo da Comissão de Trabalho ao Projeto de Lei do Executivo que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (PL 865/11), vinculada à Presidência da República. O novo órgão, que tem status de ministério, irá coordenar a formulação de políticas e diretrizes de apoio aos pequenos negócios, cooperativas e associações. O projeto segue agora para votação no Senado.

Na avaliação do Sebrae, a criação da Secretaria significa um grande avanço para as micro e pequenas empresas (MPE), que terão um interlocutor no governo federal voltado exclusivamente para políticas destinadas aos pequenos negócios. O segmento, que inclui os Microempreendedores Individuais (MEI), reúne sete milhões de empresas que faturam até R$ 3,6 milhões ao ano. Representa 25% do Produto Interno Bruto brasileiro, 99% das empresas e mais de 15 milhões de empregos formais. “Há 40 anos, o Sebrae trabalha pelo desenvolvimento dos pequenos negócios. Por isso, vemos como positiva a criação de um ministério que tratará das demandas para que essas empresas possam crescer e fortalecer ainda mais a economia brasileira”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Uma das motivações do governo federal, quando enviou o projeto de lei ao Congresso Nacional, foi aumentar a assistência dada às MPE. Entre os temas prioritários para o segmento estão programas de qualificação e extensão empresarial, iniciativas para o aumento das microempresas nas exportações brasileiras e promoção do desenvolvimento de arranjos produtivos locais.

A matéria agora segue para análise dos senadores. Se aprovada, sem emendas, vai à sanção da presidente Dilma Rousseff. Caso contrário, volta à Câmara dos Deputados.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Maior produtor de guaraná do mundo, Baixo Sul da Bahia sedia Expointerguaraná

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Evento acontece de 9 a 11 de novembro no Parque de Exposição de Taperoá

Verena Santana

O Baixo Sul da Bahia, onde está concentrada a maior produção de guaraná do mundo, realiza de 9 a 11 de novembro a Expointerguaraná – III Feira da Agricultura e Aquicultura Familiar do Território do Baixo Sul da Bahia no Parque de Exposição da cidade de Taperoá, distante 297 km de Salvador.

Promovido pela Câmara Setorial do Guaraná e apoiado pelo Sebrae, Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), prefeitura Taperoá e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Taperoá, o objetivo do evento é fortalecer os agricultores e aquicultores da região do Baixo Sul da Bahia, através da exposição de seus produtos, fomentando a produção e estimulando o comércio justo, com vistas na qualidade de vida dos produtores.

De acordo com a EBDA, a Bahia conta com uma área plantada de 7.600 hectares de guaraná, com uma média de 400 kg/ha de produtividade. A principal característica dessa cultura no Baixo Sul é que a produção é feita em pequenas áreas de agricultura familiar.

Para o agricultor familiar Manuel Baptista, que vai participar da Expointerguaraná, as expectativas em relação ao evento são as melhores possíveis, pois conhece o potencial produtivo da região e as pessoas envolvidas no projeto. “Estou levando doces, geleias, cocadas, licores, biscoitos, temperos, condimentos e outros produtos da agricultura familiar, além de uma geleia do guaraná e uma linha diet de outros produtos. Tenho certeza que vai ser um sucesso”, afirma o agricultor.

O representante do Sebrae na Câmara Setorial do Guaraná, José Amândio Barbosa, explica que o guaraná tem uma importância grande para a região, já que o Baixo Sul é o maior produtor de guaraná do mundo e, através da Câmara Setorial, tem recebido atenção especial com a articulação institucional e de produtores locais.

“O projeto Sebrae Bahia no Território da Cidadania abraçou o guaraná como um dos focos de atuação, por acreditar no potencial de sua cultura como um gerador de renda e de melhoria de condição de vida da população de Taperoá e de todo Baixo Sul da Bahia. A Expointerguaraná vem para mostrar a força do guaraná do Brasil e do Baixo Sul da Bahia”, destaca Barbosa, que também é gestor do projeto Sebrae/BA no Território da Cidadania do Baixo Sul.

Rodada de Negócios

Como parte da programação da feira, no domingo, 11, será realizada uma Rodada de Negócios com compradores e vendedores de guaraná em grãos, xarope, extrato, pó e outros derivados do produto. Nessa Rodada, a Naturelife – indústria de suplementos alimentares e alimentos funcionais – sediada em Santo Antônio de Jesus, estará participando do evento com o intuito de ter fornecedor qualificado numa região próxima, para reduzir custo de abastecimento.

Segundo a gerente de pesquisa, desenvolvimentos e inovação da empresa, Janai Nascimento, sendo o guaraná uma boa fonte de cafeína, ele faz parte da composição de alguns dos produtos energéticos da indústria que só tem um único fornecedor qualificado. “Na Expointerguaraá, levaremos ao conhecimento dos produtores de guaraná as diferentes aplicações do guaraná e suas especificações na fabricação desses produtos. Assim, ambas as partes irão vislumbrar potenciais de interesse”, finaliza a engenheira de alimentos.

Agência Sebrae de Notícias Bahia

Resposta para seca na Palma da mão

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Por Cecília Miranda*

Durante a minha visita para conhecer os trabalhos desenvolvidos pelo Sebrae nos Territórios da Cidadania do Ceará, além de conhecer jóias e fadas, pude entender melhor a seca. Pois é, esse estado do tempo não é apenas a falta de água, é a escassez de tudo.

Como não chove, as plantas não se desenvolvem, a colheita míngua, os animais ficam sem comida. Não há como criar os animais sem comida, não há como controlar o rebanho. A seca não é algo que se muda, que vem um ano e no outro desaparece. É fato que, às vezes, ela vem mais forte do que o ano anterior, em 2012 ela veio com bastante vontade. Mostrando mais uma vez que o importante não é combatê-la, e sim, aprender a conviver com ela.

Em Quixadá, no Território da Cidadania do Sertão Central, uma turma de agricultores aceitou o desafio. O grupo liderado pelo simpático Chico Saraiva uniu-se para entender e buscar soluções para a falta de água que cai do céu e corre nos rios.

A solução veio de observações e de intercâmbios, e com a ajuda o escritório local do Sebrae. Chico e alguns amigos, JoãoAntônio, Edmar Machado, Francisco Hélio Duarte, o “Bebel”, e Marcelo Roberto Paracampos resolveram investir na palma forrageira, um cactáceo exótico originário do México.

Esse tipo de vegetação consegue sobreviver com muito pouca água e gerar muita proteína para os animais. E também para os homens, experimentei um suco de palma com maracujá muito refrescante e gostoso. Ao formar o grupo o Sebrae colocou à disposição apoio especializado. Hider Fonteles, engenheiro agrônomo, que trabalha nos Territórios da Cidadania do Ceará, explica que quando conhecemos a planta e a utilizamos corretamente temos uma solução maravilhosa para a seca. “A palma é muito mais nutritiva e ainda fornece água para os animais. Alimentado com palma, o animal bebe bem menos água.” Por ser uma espécie xerófila e perene, tem 76% da energia do grão de milho e tolera todos os tipos de solo. Quando cultivada em regime adensado (0,10 X 1,8 m), gera 400 toneladas ao ano de massa verde, com 90% de umidade, ou seja, 40 toneladas de matéria seca por hectare ao ano.

“É isso mesmo, o animal fica mais disposto e precisa de menos água, algo bem importante já que não temos açudes muito perto daqui.” confirma Chico Saraiva. “Ano que vem vou plantar mais ainda, eu gostei muito dessa palma” conta o senhor Beto Macário, um produtor que apesar de não pertencer ao grupo de Chico, foi convencido pelo Sebrae a trabalhar com a palma.

Na propriedade de Beto os caprinos leiteiros estão sendo tratados à base de palma e estão muito vistosos. Beto tem sorte pois perto de sua propriedade há um açude que ajuda a irrigar a plantação. “Menina, se você irriga meia hora a cada dois ou três dias, ela sempre sem parar, olhe para isso” me mostrando uma raquete (como é chamada cada “gomo” da planta) que gerou o8 brotos.

Tomara seu Beto e grupo do Chico que a perseverança e protagonismo de vocês, irrigado pelo trabalho do Sebrae, gere muitos brotos.

Quer entender melhor a palma forrageira?

http://blogs.diariodonordeste.com.br/sertaocentral/agricultura/amizade-verde-unidos-pela-convivencia/

http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/09/plantio-adensado-de-palma-produz-400-toneladas-por-hectare-no-rn.html

Quer conhecer melhor os territórios?

http://www.basemix.com.br/clientes/sebrae/

* Analista da Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional

A valente associação que ensina

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Por Cecília Miranda*

Imagine um lugar no qual os pequenos produtores rurais de uma determinada cultura se unem, criam uma associação. Começam então a pensar em soluções para ganhar mais com sua produção. Unem-se, conseguem apoio e constrói uma grande (isso mesmo) fábrica para beneficiar a cultura. Assim, a fábrica começa e empregar os filhos da cidade, e com o dinheiro que sobra da fábrica que não pode ser distribuído como lucro, e sim como benefício, montam um clube social, o único da cidade, uma casa de cultura e uma escola. E como se não bastasse, abrem um supermercado para comercializar também as outras culturas que os produtores possuem. E ainda, abrem uma casa de laticínios de cabra.

Lembre-se que isso tudo é fruto de uma associação de pequenos produtores. E então, pare de imaginar, vá para Valente no sertão da Bahia, e conheça a APAEB. E converse um pouco, ande pela cidade, veja a grande diferença que ela faz. E aí leitor, sinta um orgulho imenso de ver que a sociedade organizada faz TODA a diferença.

Repare que não é algo fácil, e nem da noite pro dia, afinal são 33 anos de história, e muitas dificuldades superadas. A falta de um “poder público amigo” é o que Neliton, um dos diretores e meu guia nesse mundo do sisal, classifica como maior problema. A fábrica, por ser de pequenos, não conseguiu apoio do poder local, foi financiada com dinheiro dos produtores, do governo belga e do Banco do Nordeste, “foi financiado e não incentivado”.

No caminho para a grande fábrica, passamos por um galpão grande desativado. “Era de uma fábrica de calçados, que teve incentivo federal, estadual, municipal, mas agora fechou. Por coincidência acabou o período de incentivo.” explica Zezo, gestor do Território da Cidadania do Sisal. Neliton completa “Nós compramos toda a matéria prima aqui, empregamos o pessoal aqui, vendemos fora e trazemos o dinheiro de volta para cá, reinvestido e pago em salários, algumas empresas se instalam aqui, mas a riqueza não fica aqui.” (Note leitor, que não há problema nenhum em fábricas grandes se instalarem em municípios, isso é pra lá de importante, mas, pensar em desenvolvimento pede que essas empresas pensem além do galpão.)

Neliton me explicou como funciona o processo, que seu pai foi um dos fundadores da associação e que depois de todas as transformações o êxodo diminuiu muito. Enquanto ele me conta como o processo é difícil, mas com determinação e perseverança é possível, emito um sorriso besta de felicidade máxima interna e penso comigo “meu deus, eles conseguiram aquilo que quase todas as comunidades que visitei até hoje querem!”, fico me segurando para não abraçá-lo e agradecer por uma visão tão nobre do trabalho. Lembro-me da comunidade Novo Pingos que conseguiu também coisas espetaculares.

Valente é um exemplo tão bondoso que trabalhou também com o microcrédito. “Quando começamos não tinha muito acesso ao crédito“ comenta e explica que foi criado um fundo rotativo solidário, “os produtores pegavam o dinheiro e pagavam pensando em animais, é mais fácil pensar que para pagar a dívida precisa de X kg de carne do que calcular juros”. Com isso conseguiram desenvolver os produtores rurais e aumentar a renda. Ele complementa dizendo que hoje o acesso é mais fácil por conta do Pronaf e da “ideia de microcrédito do indiano”. Um pequeno parênteses, leitores, mas preciso dizer que quando coloquei o pé na fábrica, pensei em Yunus, em como ele morreria de felicidade em ver o funcionamento daquela grandiosidade, sim, quase chorei quando Neliton falou isso, mas estou agora, bastante controlada.

Como nem tudo é facilidade, com a crise mundial, os pedidos e encomendas diminuíram. A Europa, maior consumidora de carpetes e tapetes de sisal, quase parou de consumir, e a associação teve de se reunir, e cortar gastos e funcionários. E enfrentaram a crise juntos, começaram a diversificar, abriram a fábrica para transformar o leite de cabra em doce, iogurte, queijo e leite embalado. E o Sebrae os ajudou, como ajudou com cursos, como ajuda a COOPERAFIS (Cooperativa Regional de Artesãs Fibras do Sertão), grupo de mulheres de produtoras que fazem o sisal virar arte.

* Analista de Desenvolvimento Territorial

Agentes de Desenvolvimento do Norte e do Nordeste se reúnem em Fortaleza

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Nos dias 26 e 27 de novembro, 376 Agentes de Desenvolvimento Local das regiões Norte e Nordeste se reunirão na cidade de Fortaleza, no hotel Vila Galé (Av. Dioguinho, 4189 – Praia do Futuro) para discutir políticas públicas para as micro e pequenas empresas, trocar experiências e discutir iniciativas de implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

O evento é parte de uma programação de Encontros Regionais de Agentes de Desenvolvimento. O primeiro aconteceu em Curitiba, contando com 250 participantes e reunindo os gestores da região Sul e o segundo ocorreu em Belo Horizonte, com 200 Agentes das regiões Sudeste e Centro Oeste. em março, foi realizado o Encontro Nacional em Brasília, que contou com 450 participantes.

Confira abaixo a programação:

Dia 1

09h às 09h40 – ABERTURA

André Spínola, Gerente – Unidade Desenvolvimento Territorial SEBRAE Nacional

Alci Porto Gurgel Junior*, Diretor Técnico do Sebrae/CE

Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios

Representante do governo do CE

09h40 às 11h – Palestra – O Agente de Desenvolvimento como indutor de transformações

Tânia Zapata, Diretora Técnica do Instituto de Assessoria para Desenvolvimento Humano

11h às 12h30 – Palestra – Medindo Resultados: O Sistema de Monitoramento da Implementação da Lei Geral

André Spínola, Gerente de Desenvolvimento Territorial – Sebrae Nacional

Debatedor: Talles George Gomes, coordenador técnico da Associação dos Municípios do Ceará

12h30 às 14:00 – Horário de Almoço

14h às 15:30 – Painel – As compras municipais como indutoras do desenvolvimento e a responsabilidade dos Administradores Públicos

Moisés Maciel, Conselheiro do Tribunal de Contas do Mato Grosso

Reinaldo Landulfo, Prefeito do Município de Capitão Enéas/MG

Moderação: Leonardo Abreu, Gerente da Unidade de Políticas Públicas SEBRAE/PE

15:30 às 15:45 – Intervalo 

15:50 às 17:10 – Painel – Implementação da Lei Geral – Um trabalho a várias mãos

Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios

Marcilene Aparecida Ferreira, assessora jurídica da Prefeitura de Catas Altas/MG
Felipe Fernandes Guerra, Prefeitura de Catas Altas/MG
Moderação: Augusto Braun, Coordenador Geral de Projetos da CNM

* a confirmar

Dia 2

09h às 09h10 – ABERTURA

09h10 às 11h – Palestra – Um olhar Global para Decisões Locais

Renato Meireles, Comunicólogo e Sócio Diretor do Instituto Data Popular

11h às 12h30 – Painel – A Revolução Silenciosa dos Empreendedores Individuais

José Narciso Sobrinho, gerente do Banco do Nordeste

Angelo Baeta, Gestor Programa Territórios da Cidadania SEBRAE/RN

José Olival, Secretaria Municipal do Empreendedor Individual da cidade de São Paulo

Moderação: Maria Izabel Goes, Gerente da Unidade de Políticas Públicas SEBRAE/AL

12h30 às 14:00 – Horário de Almoço

14h às 15:30 – Palestra – Lançamento da Plataforma de EAD da Rede

de Agentes de Desenvolvimento e Casos de Sucesso

Diego Ramos, Universidade Corporativa – SEBRAE

Camilla Sthefany, Agente de Desenvolvimento de Ananás e Presidente da Associação de Agentes de desenvolvimento do Tocantins

Pablo dos Santos Silva, Agente de Desenvolvimento do Município de Santana do Ipanema/AL

Moderação: Walter D’Aquino da Silva, Coordenador Estadual de Desenvolvimento Territorial – SEBRAE/TO

 

15h30 às 16h – Intervalo

 

16h às 17h20 – Painel – Objetivos do Milênio e Cenários para Pequenas Empresas

Wagner Caetano, Secretário Nacional de Estudos e Pesquisas Político-Institucionais da Secretaria-Geral da Presidência da República

Rafael Moreira, Unidade de Gestão Estratégica – SEBRAE Nacional

Moderação: Pedro Valadares, analista da Unidade de Desenvolvimento Territorial

 

SEI – Sebrae para empreendedor individual, conhecimento para quem quer crescer

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Por Etel Tomaz*

Artigo baseado na Pesquisa de Impacto do Programa SEI – Sebrae para Empreendedor IndividuaL, realizado com o objetivo de aferir se as pessoas que participaram das Oficinas SEI aplicaram as ferramentas de gestão nos seus negócios e se a partir da aplicação das ferramentas e do conhecimento obtido, tiveram maior êxito nos negócios.

Introdução

“O empreendedor individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como MEI, que fatura, no máximo, até R$ 60 mil por ano e tem até um empregado contratado que receba salário mínimo ou o piso da categoria.”

O desafio de tirar milhões de empreendedores da informalidade foi, para o Brasil, um dos maiores que se têm conhecimento. Por muitas décadas a informalidade prosperou no país, especialmente em épocas de crise.

A legislação que possibilita a cidadania empresarial para os antigos informais abriu possibilidades que vão muito além da inclusão produtiva, social e previdenciária, o que por si só, configuram políticas públicas de grande significado.

Criar riqueza, gerar renda e trabalho formal são os principais benefícios da lei complementar 128/2008, a lei que regulamentou o microempreendedor individual.

No primeiro degrau de uma escalada de sucesso, com essa lei, os empreendedores individuais passaram a contar com uma legislação adequada e com apoio objetivo para o seu fortalecimento. O Sebrae, aliou-se ao Ministério do Desenvolvimento, ao Ministério da Previdência Social e ao Ministério da Fazenda, trabalha para fazer a Lei 128 se tornar uma realidade na vida de milhões de brasileiros.

Ter CNPJ, previdência social e poder emitir nota fiscal são realizações muito significativas para quem por muitas décadas viveu ä margem da economia formal. Muitos deles no subterrâneo dessa economia.

Reduzida burocracia e carga tributária compatível com a realidade dos empreendedores individuais são fundamentos muito importantes para quem quer trilhar o caminho da legalidade nos negócios, ainda que muito pequenos.

Ainda falta muito, mas, tanto fornecedores de bens e serviços, quanto instituições financeiras irão reconhecer, cada vez mais a importância dos “nanonegócios” e poderão oferecer produtos que os fortaleçam e que os possibilitem crescer e alcançar novos patamares de negócios.

O empreendedorismo é o capital que esses cidadãos dispõem e eles o colocam a serviço do desenvolvimento. É fundamental que instituições públicas e privadas disponibilizem serviços para que os empreendedores individuais possam aumentar suas chances de êxito no mundo dos negócios.

O SEBRAE, reconhecendo a importância dos empreendedores individuais e de sua capacidade de gerar riquezas e de contribuir para a elevação da qualidade de vida das populações mais pobres, desenvolveu o SEI – Sebrae para Empreendedor Individual.

O SEI é um programa desenvolvido para fortalecer a atividade empresarial entre os empreendedores individuais com potencial para crescer, desde os seus primeiros passos.

Atualmente o Programa SEI contempla oficinas gerenciais em vários formatos: cursos presenciais de curta duração, cursos pela internet, pelo celular por meio de mensagens SMS e audiolivros, todos com o mesmo conteúdo dos cursos.

Mais do que participar dos cursos SEI Vender, SEI Comprar; SEI Controlar Meu Dinheiro; SEI Planejar; SEI Unir Forças para Melhorar e SEI Empreender, os empreendedores individuais podem adotar controles que são oferecidos nos cursos para melhorar o gerenciamento do seu negócio e criar novas perspectivas de crescimento.

O que os empreendedores individuais pensam do SEI?

99% dos entrevistados recomendam as Oficinas SEI para outros empreendedores individuais. 92% aplicaram total ou parcialmente os aprendizados em seus negócios. 85% aprimoraram o desempenho do negócio com os aprendizados obtidos no SEI, especialmente em relação à administração, vendas, qualidade, estoques, ambiente de trabalho e relacionamento com os empregados.

Na primeira fase do programa já com aproximadamente dez mil empreendedores individuais capacitados por meio de oficinas gerenciais presenciais, o Sebrae realizou pesquisa, junto com o Instituto Ábaco, para avaliar a efetividade de suas ações junto a esse segmento. Para isso, foram abordados 2699 empreendedores individuais que participaram de 5986 Oficinas SEI.

Distribuídos entre os setores Comércio, Serviços, Indústria e Agronegócios, os empreendedores individuais concentram-se no comércio e serviços. Com perfil bastante diversificado e predominantemente de jovens adultos, entre 25 e 44 anos; 55% do sexo masculino e 45% do sexo feminino, os empreendedores individuais, em sua maioria, 84%, não tem nenhum empregado.

“Sei Vender e SEI Controlar meu Dinheiro são as portas de entrada e as soluções mais conhecidas de mais da metade dos entrevistados”.

A forma preferida para receber os conhecimentos do SEI é a presencial, com 61% das respostas. A seguir vem a internet e a TV, eles também sugerem rádio e SMS, práticas que já foram desenvolvidas pela Unidade de Capacitação Empresarial e pela Unidade de Atendimento Individual do Sebrae.

Ao falar desses empreendedores individuais, os que estão procurando conhecimento e desejam obter ferramentas para gerenciar os seus negócios, estamos falando de empreendedores que estão na fase inicial no mundo dos negócios, mas que, com certeza irão superar obstáculos e galgar novos espaços, principalmente se forem apoiados e fortalecidos agora, no primeiro degrau da microempresa.

De acordo com o Presidente do Sebrae Luiz Barreto, de 2009 a 2012,  49 mil empreendedores individuais saíram dessa faixa e se tornaram microempresas. Essa evolução demonstra claramente o potencial de negócios que esse segmento representa, além de potencializar a força empreendedora do país.

O Sebrae tem um papel muito importante para estimular a legalização de novos empreendedores individuais, mas tem papel fundamental para promover o seu desenvolvimento empresarial para que possam alçar novos vôos e se tornarem empresários de sucesso. E os primeiros resultados do SEI indicam que está no caminho certo.

Fontes:

Agencia Sebrae de Notícias

Pesquisa SEI – SEBRAE / ABACO

sebrae.com.br

* Administradora de Empresas, Coordenadora de Marketing da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Nacional


Feira reúne jovens empreendedores do Território da Cidadania Norte do Espírito Santo

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Na cidade de Pinheiros/ES, que está localizada no território da Cidadania Norte do Espírito Santo, será realizada, no dia 8 de dezembro, a Feira Jovens Empreendedores – Primeiros Passos.

O público aguardo é de 9 mil pessoas, sendo 3.287 estudantes de 15 escolas que fazem parte do projeto Jovens Empreendedores, do qual o Sebrae/ES é parceiro. a iniciativa tem como objetivo despertar desde cedo o interesse de crianças, adolescentes e jovens pelo empreendedorismo por meio de práticas empresariais como a gestão de pequenos negócios.

Os estudantes apresentarão ao público os negócios que montaram a partir de uma metodologia que contempla a vivência do aluno nas diversas fases do programa Jovens Empreendedores – Primeiros Passos, que é oferecido pelo Sebrae no Espírito Santo em parceria com prefeituras e secretarias municipais de educação.

O segmento empresarial proposto para cada série é adequado à faixa etária correspondente, bem como os jogos, dinâmicas de grupo, exercícios e pesquisas intra e extraclasse. Nas propostas dos planos de negócios, procurou-se responder às necessidades dos alunos, qualquer que fosse sua situação escolar, social econômica e cultural, bem como o envolvimento da comunidade escolar.

O Programa Jovens Empreendedores – Primeiros Passos foi desenvolvido pelo Sebrae em São Paulo há oito anos. No ano passado, a metodologia foi trazida para o Espírito Santo e iniciou-se a articulação do programa para sua implantação no município de Pinheiros. Em maio deste ano, professores, diretores e supervisores pedagógicos foram capacitados na metodologia utilizada. Em setembro as atividades começaram com os alunos. Também foram realizadas palestras de sensibilização para os pais.

Com informações de Administradores.com.br

Projeto Territórios da Cidadania realiza estudos para fomentar o empreendedorismo no município de Almas/TO

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Desde o início de 2012 o Sebrae Tocantins está realizando um trabalho intenso de consultoria no município de Almas, localizado na região Sudeste do Estado. No primeiro momento foi feito um estudo detalhado sobre a economia local, fontes produtoras de renda, dificuldades, pontos fortes e pontos fracos. A partir dessas informações foi construído o planejamento estratégico 2012 e 2013 para o segmento da confecção, uma atividade forte, porém sem a estruturação e organização devidas.

“Está ação faz parte do Projeto Território da Cidadania Sudeste, que tem por objetivo promover o desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável”, pontua Ana Paula Alves, analista do Sebrae em Dianópolis.

No município de pouco mais de 8 mil habitantes existiam duas associações de costureiras: Mães Gerando Renda e Associação Mães Costureiras de Almas, que atuavam de maneira isolada e possuíam várias dificuldades, a exemplo da falta de transparência financeira, disputavam o mesmo nome, desconhecimento sobre gestão de negócios e sede sem infraestrutura adequada. A solução recomendada foi à união das associações, capacitações e a busca de parceria para a construção de uma sede adequada.

As mais de 60 costureiras das associações aprovaram a união, e com isso foi criada a Associação de Costura de Almas (ASCA), com maior número de equipamentos e maquinários, melhor poder de mercado, mais associados e um grande desafio: construir um espaço adequado para a realização do trabalho.

“O Sebrae teve um papel importante nessa nova fase das associações, pois nos auxiliou por meio de cursos e palestras. Agora a nossa luta é conseguir um ponto fixo para trabalharmos e assim, firmar essa parceria entre as duas associações,” destaca Leonina Rodrigues, presidente da Associação de Costura de Almas (ASCA).

Em parceria com o Banco do Brasil, o Sebrae Tocantins, está trabalhando para desenvolver o Projeto Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), onde irá pleitear a construção da sede definitiva com estrutura adequada para produção, capacitação e inserção no mercado de trabalho de novas costureiras da Associação de Costura de Almas (ASCA). E para 2013 as capacitações continuam, serão realizados cursos de Planejamento Financeiro, Atendimento ao Cliente e Formação de Preço de vendas.

Sobre o Projeto
O Território da Cidadania Sudeste abrange uma área de 48.666,40 Km² e é composto por 21 municípios no Tocantins. O programa surgiu com o intuito de levar aos municípios todos os produtos e serviços oferecidos pelo Sebrae as localidades ainda não atendidas.

Com informações da Agência Sebrae de Tocantins

Agentes de Desenvolvimento do MS se reúnem em Campo Grande

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Importância dos profissionais para os municípios é destaque durante a ExpoCidades

Bruno Navarros

Agentes de Desenvolvimento do Mato Grosso do Sul se reúnem na próxima segunda-feira (3) em Campo Grande para apresentar ações trabalhadas em cinco municípios do Estado que buscaram tirar do papel a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
O evento tem início às 14h30, no auditório do Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, onde será realizada a ExpoCidades – Congresso que debate soluções para o desenvolvimento regional. Antes, às 14 horas, acontece a palestra “Medindo os resultados – O Sistema de Monitoramento da Implementação da Lei Geral”.

“Acreditamos que o desenvolvimento vem do dinamismo do setor econômico. Por isso, qualquer ação pública que vise ativar a economia local deve contar com uma iniciativa privada forte”, destaca Vivian Barbosa da Cruz, agente de desenvolvimento de Porto Murtinho.

Segundo ela, as estratégias de apoio aos pequenos negócios na cidade foram voltadas para promover a cultura empreendedora e a capacitação. “Também devido a uma política de proteção e incentivos tributários, os empresários puderam investir na qualidade dos produtos e serviços prestados”, explica Vivian.

Além de Porto Murtinho, serão apresentados casos de sucesso em Chapadão do Sul, Ivinhema, Inocência e Itaquiraí. Durante os dois dias de Congresso acontecem ainda outras atividades sobre o tema. “Queremos demonstrar o quanto é importante a figura do Agente de Desenvolvimento, prevista em lei, e o apoio que o prefeito de cada município dá a eles”, ressalta Jorge Tadeu Veneza, analista técnico do Sebrae.

Indicadores

Hoje, 63 cidades sul-mato-grossenses regulamentaram a Lei Geral, mas apenas 17 de fato a implementaram. O Prolocal, projeto do Sebrae no MS de apoio ao desenvolvimento econômico dos municípios, monitora as atividades que evidenciam o cumprimento das normas. Caso todas as localidades concretizem o que está previsto em lei, serão 94 mil empresas e mais de 520 mil funcionários beneficiados.

A ExpoCidades será realizada pela Fiems, Famasul, Fecomércio, Sebrae e Assomasul nos dias 3 e 4 de dezembro. Mais informações estão disponíveis no site www.expocidades.com.br; pelo e-mail talentosiel@ms.iel.org.br ou pelo telefone (67) 3044-2134.

Fonte: Agência Sebrae do Mato Grosso do Sul

Formalização de empresas em Uberlândia leva apenas 3h em média

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O mês de novembro registrou o menor prazo para a legalização de empresas em Uberlândia: três horas, 26 minutos e 59 segundos. A informação, que está no relatório gerencial produzido pela Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), mostra o decréscimo da burocracia nos procedimentos de instituição de novos negócios no município. Até o último dia 20, aproximadamente 120 licenciamentos foram feitos, com prazo médio de seis dias para a formalização.

A adesão ao programa estadual Minas Fácil aumentou a eficiência na instalação dos mais diversos empreendimentos na cidade. A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rosalina Vilela, acrescenta ainda que iniciativas do poder municipal contribuíram para a diminuição no tempo de espera na abertura de empresas. “O Empresa Fácil é um sistema que foi criado a fim de viabilizar e otimizar processos referentes à constituição online de negócios”, explica a secretária.

Este aplicativo informatizado, disponível no portal da prefeitura municipal e no site da Jucemg Uberlândia, permite que os trâmites sejam ainda mais rápidos e simples, diminuindo custos e eliminando a burocracia. Por meio dele, o solicitante consegue, sem sair de casa, fazer a análise automática da viabilidade de localização da nova empresa, requerer licenças municipais e alvarás. Também é possível fazer consultas prévias e acompanhar o andamento do processo até a emissão definitiva dos documentos.

Além disso, iniciativas de formalização de empresas, como a lei do Alvará Provisório, fazem parte desta desburocratização. Sancionada em 2010, esta lei possibilita a concessão do documento a negócios  que exerçam atividades comerciais, industriais ou de prestação de serviços de baixo risco. O Alvará Provisório, que tem prazo de validade de 30 a 180 dias, é entregue no ato do registro empresarial sem a necessidade de vistorias prévias. Neste período e até a data limite, o empresário pode requerer o alvará permanente.

Sistemas para baixa e alteração de dados do MEI estão no ar

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Brasília – Os Sistemas para Baixa e Alteração de Dados do Microempreendedor Individual (MEI) já estão no ar. Lançado nesta quinta-feira, 29 de novembro, o sistema permitirá que as empresas efetuem modificações como torná-las inativas ou de dados já cadastrados. Como por exemplo: alteração de endereços e atividades.

A Confederação Nacional de Municípos (CNM) acompanhou a cerimônia de lançamento durante o Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços (Simbracs). O evento começou nesta quinta-feira, 29 de novembro, às 9h, em Brasília. Promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no Centro de Convenções Brasil 21, teve a participação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Na ocasião, foram assinados alguns acordos com instituições parceiras para melhorias do ambiente de negócios no Brasil. Também foram lançadas publicações que devem auxiliar nas melhorias.

O departamento técnico de Finanças da CNM explica que o MEI é a formalização como pequeno empresário de trabalhadores que exercem atividades por conta própria. Esses Microempreendedores faturam até no máximo R$ 60 mil por ano e não podem ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Eles podem ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Legalização

A Lei Complementar 128/2008 criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal tivesse condições de se tornar um MEI. A partir da legalização foi possível, de forma facilitada, fazer a abertura de empresas com a obtenção de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), a emissão de nota fiscal, isenção dos tributos federais – Imposto de Renda (IR), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – e outros documentos de registro.

Conforme diagnóstico da CNM, alguns microempreendedores enfrentavam dificuldades para baixar e efetuar alteração de dados cadastrais de suas empresas. Com o advento da Lei Complementar 139/2011 – que inclui a redução a zero de valores referentes a taxas, emolumentos e demais custos na alteração e baixa do MEI – as novas funcionalidades tornaram o processo mais simples e ágil, facilitando a abertura, a alteração e a baixa de empresas.

Diagnóstico

Para os Municípios, de acordo com a CNM, essas funcionalidades vão ajudar na gestão do Cadastro, pois as informações de quem baixou ou alterou serão recebidas semanalmente por meio do portal do Simples Nacional, ou por meio do cadastro sincronizado. Com os dados, os Municípios poderão alimentar seus cadastros e efetuar os procedimentos necessários a partir das mudanças realizadas pelo contribuinte.

Fonte: Agência CNM

Revista acadêmica mostra ações de desenvolvimento territorial

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Artigos estimulam debate sobre crescimento econômico com base nos pequenos negócios

Hédio Ferreira Júnior

Brasília – As ações desenvolvidas pela Unidade de Desenvolvimento Territorial (UDT) do Sebrae Nacional estão sendo apresentadas em artigos na primeira edição eletrônica da Revista de Desenvolvimento Econômico Territorial. O material, já disponível AQUI, tem como objetivo despertar no meio acadêmico o interesse por novos experimentos e pesquisas na área, traçando o caminho inverso do que é desenvolvido nas universidades.

A publicação do Sebrae discute temas como a capacitação de empresas para melhoria de renda local, o impacto do Microempreendedor Individual no desenvolvimento econômico, economia solidária, ações de desenvolvimento territorial para superação da seca no Nordeste, compras públicas de micro e pequenas empresas, entre outros.

A primeira edição traz artigos assinados por quatro colaboradores da UDT – o gerente André Spínola, e os analistas Pedro Valadares, Augusto Togni e Robson Shmidt -, de dois colaboradores regionais – o gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae em Pernambuco, Alexandre Alves, e o analista de Políticas Públicas da instituição no Rio Grande do Sul, Lourenço Mayer e do parceiro sócio-diretor da Unisol Brasil, Marcelo Kehdi.

A periodicidade das publicações é semestral, mas a segunda edição da Revista de Desenvolvimento Econômico Territorial já começou a ser preparada para ser lançada no início de 2013. A revista também está aberta a colaboradores de todas as unidades e parceiros interessados em discutir experiências de desenvolvimento local, sempre com textos inéditos.

Fonte Agência Sebrae de Notícias

Pequenos negócios elevam participação nas compras públicas

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Micro e pequenas empresas conquistam mais de 56% das licitações públicas do governo municipal de Belo Horizonte

Aline de Freitas

Belo Horizonte – A participação de micro e pequenas empresas nas licitações da prefeitura de Belo Horizonte está crescendo, de acordo com levantamento feito pela Ekeep Consultoria, a pedido do Sebrae em Minas Gerais. Em 2011, os pequenos negócios responderam por apenas 36,17% das compras do governo municipal. Já no primeiro semestre de 2012, esse número subiu para 56,86%, o que representa um crescimento de mais de 57%.

Em relação ao volume financeiro, a variação entre 2011 e o primeiro semestre de 2012 foi de 177,24%. Em 2011, os empreendimentos de micro e pequeno porte representavam apenas 11,07% dos recursos licitados, um total de R$ 9,86 milhões. Nos seis primeiros meses deste ano, esse percentual subiu para 30,69%, ou seja, R$ 16,64 milhões.

Esses valores, segundo análise da consultoria contratada pelo Sebrae no estado, poderiam ser ainda maiores se não fosse a quantidade de desclassificação de empresas durante o processo licitatório. Pela análise das atas de licitação, nota-se que em cada lote em média dois fornecedores não atendem a alguma das regras previstas no edital. Considerando que os pequenos negócios têm tratamento privilegiado e sempre podem fazer uso de lances adicionais em situações de empates, pode-se concluir que representam grande parte dos empreendimentos desclassificados nas licitações.

Entre os motivos de desclassificação estão: incapacidade de formar preços, desconhecimento das regras gerais de licitação, falta de atenção às regras específicas do edital, falta de regularização fiscal e previdenciária.

Fonte: Agência Sebrae 


Um exército do desenvolvimento

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Por Pedro Valadares*

Uma família do interior do Nordeste vivia com o dinheiro que conseguia produzindo carvão feito de troncos queimados. Essa atividade rendia R$900…por ano! Esse montante servia para alimentar mãe, pai e três filhos. A situação era tão difícil que os dois filhos mais velhos já estavam prontos para se mudarem para outra cidade maior em busca de melhores oportunidades.

Se isso acontecesse, seria mais uma família tendo que se separar e mais pessoas tendo que deixar a própria terra para conseguir uma chance de vida melhor. No entanto, a prefeitura da cidade em parceria com o Sebrae organizou um curso para capacitar essas pessoas para que elas passassem a produzir tapetes. Dessa forma, o rendimento da família passou de R$900 para R$1.200…por mês! Os filhos mais velhos não só não tiveram que ir embora, como passaram a ter que trabalhar apenas três horas por dia e puderam retomar os estudos.

O responsável por fazer essa articulação e unir forças em prol da geração de oportunidades na cidade foi o Agente de Desenvolvimento! Veja que grande missão esses atores têm. O objetivo do trabalho do Agente não é somente gerar mais receita para a prefeitura e  novos postos de trabalho para o município. Ao apoiar os empreendedores, eles permitem que as pessoas não precisem deixar sua terra para ter horizontes e que famílias não precisem se separar para conseguir oportunidades.

Uma ótima notícia é que cada vez temos mais Agentes pelo Brasil. Em março, havia cerca de 500, atualmente já são mais de 1.000. Um verdadeiro exército do desenvolvimento! Porém, é preciso lembrar que ninguém muda nada sozinho, é preciso trabalhar em rede com parceiros. O Sebrae e a Confederação Nacional de Municípios estão trabalhando para dar suporte a atuação do Agente na sua cidade.

É muito importante que a reunião proporcionada nos Encontros Regionais se mantenha ativa. Os Agentes devem seguir o exemplo da Associação de Agentes de Tocantins, liderada pela Camila Stephany, e somar forças e trocar experiências! Além disso, é fundamental continuar se capacitando para estar à altura do trabalho que vocês terão nas suas cidades. Articulação, capacitação, organização, coragem e perseverança, essas cinco palavras devem estar presente no dia a dia de cada Agente!

*Analista da Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional

Empreendedorismo, Inclusão Produtiva e Progressão Social: Possibilidades Participativas no Plano Brasil sem Miséria*

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Israel Alves Jorge de Souza**

 

1. INTRODUÇÃO

 

A partir de uma correlação entre empreendedorismo, inclusão produtiva e progressão social, o presente estudo propõe avanços em participação social no âmbito do Plano Brasil sem Miséria (Governo Federal), com foco na representatividade dos pequenos negócios e principalmente na dos empreendedores individuais. O empreendedor individual, com sua crescente importância no cenário empresarial e social do país, é analisado sob o viés da liberdade e do desenvolvimento, para além de um mecanismo relacional entre coisas ou processos (capital, investimento e produção, com o trabalho como mera engrenagem).

A análise, assim, alcança o comportamento humano e o trabalhador ganha relevância como indivíduo. E os empreendedores individuais beneficiários de programas sociais que compõem o Plano Brasil sem Miséria, mais ainda, evidenciam a necessidade de investimentos em educação e assistência técnica. A pobreza, nesse sentido, é vista como privação de capacidades, para além do mero enquadramento em níveis de renda. Daí a importância do empreendedorismo para a inclusão produtiva, conforme planejamento e incipiente execução do Plano, que objetiva a superação da pobreza extrema.

E, para que todas essas especificidades sejam adequadamente observadas, é fundamental que os empreendedores individuais estejam bem representados nessa execução. Ocorre, porém, que o Plano não tem proporcionado participação social, agravando a realidade da representação empresarial dos pequenos negócios – já frágil e inconsistente, de forma geral. Diante, assim, de carências participativas tanto no segmento dos pequenos negócios quanto no âmbito do Plano Brasil sem Miséria, propõe-se a construção de um mecanismo participativo de empreendedores individuais no próprio Plano – que poderia, inclusive, contribuir para avanços da representação empresarial dos pequenos negócios em geral.

 

2. EMPREENDEDORISMO E INCLUSÃO PRODUTIVA NO PLANO BRASIL SEM MISÉRIA

 

O Brasil Sem Miséria (BSM) é um plano de metas do Governo Federal lançado em 2011, que objetiva a superação da pobreza extrema num horizonte de quatro anos. Apesar dos avanços do Brasil em progressão social, nos últimos anos, aproximadamente 16 milhões de pessoas ainda vivem em situação precária, com renda abaixo de R$ 70,00 por mês. Sendo assim, o tema permanece como grande desafio, presente inclusive nos chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A partir dos compromissos assumidos em grandes conferências mundiais da década de 1990 – sobre desenvolvimento social, meio ambiente, gênero, direitos humanos e população –, 191 países (incluso o Brasil) definiram em 2000, na cúpula do Milênio (Organização das Nações Unidas), oito ODM. E o primeiro é justamente “Acabar com a fome e a miséria”.

O Plano Brasil sem Miséria é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e envolve os seguintes: a Casa Civil e a Secretaria Geral da Presidência da República; o Ministério da Fazenda; o do Planejamento, Orçamento e Gestão; o do Desenvolvimento Agrário; o da Educação; o da Saúde; o das Cidades; o do Trabalho e Emprego; o da Integração Nacional; o do Meio Ambiente; o de Minas e Energia; e outros ministérios, além de bancos públicos, do setor privado e do terceiro setor. Há três eixos principais: transferência de renda (Programa Bolsa Família), acesso a serviços públicos e inclusão produtiva. Em todos eles, as ações envolvem novos programas e ampliação dos já existentes, buscando incluir a população mais pobre nas oportunidades que o crescimento econômico do país tem gerado.[1]

Evidenciou-se assim uma grande convergência com o empreendedor individual, no viés da inclusão produtiva mediante o empreendedorismo. Grande parte dos beneficiários adultos do Programa Bolsa Família tem alguma atividade econômica, já que o benefício objetiva a complementação de renda. Há, porém, uma maior propensão à informalidade entre os beneficiários, se comparados com outros trabalhadores pobres.[2] Persiste certa incompreensão sobre as regras do programa, com o receio de que uma inserção no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) ou uma carteira assinada resultariam na perda do benefício. É possível que trabalhadores inscritos no CNPJ ou com carteira assinada, na prática, mesmo que elegíveis para o benefício, acabem tendo mais dificuldade para ingressar no programa. Importa ressaltar, porém, que o que define o direito é o total da renda per capita da família (até R$ 140,00).

A formalização como empreendedor individual, portanto, não resulta necessariamente na perda do benefício já existente. Quando não mais precisar dele por ultrapassar a renda máxima per capita, o empreendedor beneficiário requisitará seu desligamento do Bolsa Família com a garantia de voltar com prioridade, caso o negócio formalizado não obtenha sucesso.[3] Sendo assim, a formalização e o apoio posterior, com assistência técnica, são oportunidades de consolidar os negócios e progredir socialmente, superando a necessidade de receber o benefício. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desempenha esse papel.

Utilizando o Programa “Negócio a Negócio”, o Sebrae vai até os empreendedores e oferece, nos três ou mais atendimentos, soluções específicas de gestão e informações sobre o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado CRESCER, do Governo Federal. Parte-se, portanto, do mesmo princípio governamental de “busca ativa”[4], com uma postura pró-ativa que viabiliza o alcance desse público específico.

É fundamental que esse viés da oportunidade pela inclusão produtiva (tanto urbana como rural) do Plano Brasil sem Miséria se fortaleça, afastando a possibilidade de uma restrição, na prática, ao eixo de transferência de renda – a “solução” mais fácil. Na construção do Plano havia, de fato, correntes favoráveis à concentração dos recursos nessa transferência, com o argumento de que os retornos seriam mais consistentes para a erradicação da pobreza e para a dinamização da economia. Apesar de não refletido oficialmente no Plano, esse argumento persiste e alimenta a citada possibilidade de uma “simplificação”, talvez sob a influência também de elementos políticos.

Alvo de diversos debates partidários, o Programa Bolsa Família realmente apresenta um viés de clientelismo, mesmo que não tão intenso a ponto de implicar uma troca direta de benefícios por votos ou uma relação cliente-patrono, que até recentemente era recorrente na América Latina. Não há, enfim, autonomia absoluta dos beneficiários para tomar decisões eleitorais e nem para o desenvolvimento de capacidades, cuja importância é abordada no próximo capítulo. José Maurício Domingues burila a caracterização e acrescenta ainda observações referentes à participação social:

 

“Clientelismo burocrático” foi como o denominei [...]. Além disso, do ponto de vista dos benefícios, a bolsa é recebida de cima para baixo, embora as raízes do programa se encontrem em uma mobilização social ampla (conquanto não principalmente por parte dos setores mais pobres da população) e na constante tematização da questão da pobreza em debates públicos que tiveram lugar desde ao menos o começo dos anos 1990.[5]

 

Com esse aspecto, o da participação social, alcança-se o cerne da presente análise, desenvolvido no capítulo 3 com relação ao Plano Brasil sem Miséria. Antes, porém, faz-se necessária uma relação entre empreendedor individual, liberdade e desenvolvimento.

 

2.1. Empreendedor Individual, Liberdade e Desenvolvimento

 

A república, como condição de vivência política, pressupõe uma constante participação popular. Essa participação é essencial para que se discuta a tradição republicana, analisando-se os limites e possibilidades de expansão da democracia, seus valores e princípios e realidades específicas e peculiares, como a do Brasil. Dentre os temas do republicanismo[6] figura o referente ao povo, rejeitando-se a ideia de indivíduo isolado como referência. Enfoca-se o cidadão na comunidade política, diferentemente do liberalismo e sua abordagem individualista.

Outro tema do republicanismo é a lei como fundamento, combinando o caráter coercitivo com a função agregadora dos direitos. O bem comum, por sua vez, trabalha com a noção de que a situação política ideal é formada por decisões em comum para o bem de todos, diferentemente do liberalismo e da importância nele dada ao mercado e sua dinâmica. A conceituação de liberdade também reflete essas diferenças, pois no republicanismo identifica-se com a participação política do cidadão nos processos de escolha e decisão, enquanto que no liberalismo aparece como ausência de impedimentos na luta pela independência pessoal.

Há atualmente, nessa linha, segundo Evelina Dagnino,[7] dois projetos políticos: o democratizante e o neoliberal. É importante destacar, de pronto, que Dagnino entende como projeto político um conjunto de crenças, interesses e visões de mundo que direcionam as ações políticas. Trata-se, portanto, de verdadeiras matrizes culturais, mais do que simples estratégias de atuação política. O projeto democratizante caracteriza-se pelo alargamento da democracia, mediante o crescimento efetivo dos arranjos participativos.

No Brasil, como em outros países da América Latina, ele nasceu atrelado ao processo de redemocratização, com grande participação de movimentos sociais. A Constituição Federal de 1988, marco formal desse processo, retrata como a prática societária anterior se transformou em realidade institucional, com os Conselhos Gestores de Políticas Públicas, Orçamentos Participativos, Conselhos de Saúde, Audiências Públicas, etc. Esse fluxo, da sociedade para o Estado, se consolidou assim nos anos noventa. Ocorre, porém, que ainda não houve a concretização plena desses arranjos participativos, estabelecendo-se o desafio de como compatibilizar participação, democracia e políticas públicas.

O liberalismo trabalharia justamente com esse vácuo entre institucionalização e concretização, utilizando os novos espaços de forma meramente instrumental e transferindo as responsabilidades estatais, de forma a transformar as entidades em prestadoras de serviços (o papel das organizações sociais acabaria restrito à implementação e execução de políticas públicas, sem participação nas decisões e formulações dessas políticas). Esse é o segundo projeto político identificado por Dagnino, o projeto neoliberal. Nele o Estado se afasta do papel de garantidor de direitos, e cresce a identificação entre sociedade civil e ONG, numa tendência que restringe o conceito e consequentemente a prática. As ONG’s, por sua vez, acabam refletindo o interesse de suas equipes diretivas e se adequam perfeitamente ao projeto político neoliberal.

Altera-se também o próprio significado de cidadania, num processo de individualização, conexão com o mercado, flexibilização dos direitos trabalhistas e caridade superficial para com os pobres (responsabilidade empresarial, por exemplo). O projeto neoliberal, portanto, além da redução do Estado, trabalharia também com concepções minimalistas da política e da própria democracia. Os resultados, além do impedimento de uma evolução democrática, seriam também as regressões de experiências antes positivamente concretizadas. Dagnino entende, também, que o grande desafio para enfrentar determinados aspectos do projeto neoliberal é a “confluência perversa” entre ele e o projeto político democratizante, pois ambos trabalham com a idéia de uma sociedade civil ativa e propositiva:

 

“O risco – real – que elas percebem é que a participação da sociedade civil nas instâncias decisórias, defendida pelas forças que sustentam o projeto participativo democratizante como um mecanismo de aprofundamento democrático e de redução da exclusão, possa acabar servindo aos objetivos do projeto que lhe é antagônico.”[8]

 

Por outro lado, conceitos do próprio neoliberalismo, nessa “confluência” apresentada por Dagnino, podem contribuir para uma intensificação participativa que ultrapasse o âmbito político e institucional. Michel Foucault[9], analisando a economia sob o viés neoliberal, afirma que ele vai além de um mecanismo relacional entre coisas ou processos (capital, investimento e produção, com o trabalho como mera engrenagem). A análise alcança o comportamento humano e a racionalidade interna desse comportamento, perguntando o que é trabalhar, para quem efetivamente se trabalha e a que sistema de opção esse trabalho obedece. A partir da projeção de um princípio de racionalidade estratégica sobre a atividade de trabalho, então, torna-se possível verificar em que e como as diferenças qualitativas de trabalho podem ter um efeito de tipo econômico, pois o trabalhador é visto como empresa de si mesmo:

 

[...] a análise econômica deve encontrar como elemento de base dessas decifrações, não tanto o indivíduo, não tanto processos ou mecanismos, mas empresas. Uma economia feita de unidades-empresas, uma sociedade feita de unidades-empresas: é isso que é, ao mesmo tempo, o princípio de decifração ligado ao liberalismo e sua programação para a racionalização tanto de uma sociedade como de uma economia.[10]

 

Essa visão do trabalhador como empresa de si mesmo, apesar da crítica implícita de Foucault (por conta da oposição ao cidadão de direitos), reforça a importância da figura do empreendedor individual – uma importância que abarca a vida do indivíduo como um todo. Até mesmo uma expressão homônima à do “empreendedor individual” é utilizada por Foucault, nesse contexto: “[...] permite analisar todos esses comportamentos em termos de empreendimento individual, de empreendimento de si mesmo com investimentos e renda.”[11] Trata-se principalmente, assim, de reforço ou investimento ao empreendedorismo, e não de empreendedorismo a partir do reforço ou investimento (não se nega, de qualquer forma, que são necessários investimentos por via da concretização de direitos):

 

[...] não se pode parar nesse problema da inovação e, de certo modo, depositar confiança na ousadia do capitalismo ou na situação permanente da concorrência para explicar esse fenômeno da inovação. Se inovação existe, isto é, se se encontram coisas novas, se se descobrem novas formas de produtividade, se se fazem invenções de tipo tecnológico, tudo isso nada mais é que a renda de um certo capital, o capital humano, isto é, o conjunto dos investimentos que foram feitos no nível do próprio homem.[12]

 

O empreendedorismo a partir do reforço ou investimento não deve prevalecer justamente pelo fato de que o empreendedorismo não é panacéia, nem todos têm perfil para empreender com sucesso – Sebrae e MDS, nessa linha, não instigam de forma irresponsável os beneficiários de programas sociais a saírem. Se “porta de saída” já é uma expressão inadequada diante das pretensões governamentais de apoio sustentável à progressão socioeconômica, muito mais por via de um empreendedorismo forçado.

A grande necessidade de investimento na disseminação do conhecimento e do preparo de empreendedores, portanto, relaciona-se a essa busca pelos empreendedores individuais beneficiários do Programa Bolsa Família para potencializar suas atividades econômicas ou mesmo formalizá-las, quando ainda se trata de empreendimentos informais e potenciais empreendedores individuais.

Nota-se também que a análise da liberdade, sob esse viés, chega até o indivíduo em si e não apenas à sua participação política – conforme citado acima, a conceituação de liberdade no republicanismo identifica-se com a participação política do cidadão nos processos de escolha e decisão, enquanto que no liberalismo aparece como ausência de impedimentos na luta pela independência pessoal. A crítica ao neoliberalismo, assim, ao menos nesse aspecto, revela na verdade um ponto positivo desse “projeto político”. Para a superação da pobreza extrema, objetivo do Plano Brasil sem Miséria, os beneficiários precisam ser vislumbrados em sua privação de capacidades, para além do simples enquadramento em determinados níveis de renda. É o que afirma Amartya Sen:

 

Nessa perspectiva, a pobreza deve ser vista como privação de capacidades básicas em vez de meramente como baixo nível de renda, que é o critério tradicional de identificação da pobreza. A perspectiva da pobreza como privação de capacidades não envolve nenhuma negação da ideia sensata de que a renda baixa é claramente uma das causas principais da pobreza, pois a falta de renda pode ser uma razão primordial da privação de capacidades de uma pessoa.[13]

 

Essa perspectiva que ultrapassa a verificação de renda e respectivos incrementos, por consequência, é fundamental também para um planejamento adequado com relação à chamada nova classe média, atual protagonista do desenvolvimento do país e à qual são acrescidos muitos empreendedores individuais. Os principais motivos do processo de ascensão da nova classe média seriam: o sistema de proteção social (Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada, por exemplo); a retomada do crescimento econômico, com expansão do emprego e aumento na produtividade do trabalho; expansão do acesso ao crédito, apoio às pequenas empresas e aumentos no valor real do salário mínimo; e mudanças nas características da força de trabalho, como o crescente grau de escolarização.

A confiança na nova classe média, porém, não pode se basear na esperança gerada pelo crédito e na ritualização superficial da educação, como “passo” para a ascensão social. A identidade e os valores conformados pelo consumismo, além disso, são muito fracos para a consolidação dos valores democráticos e aumentam o individualismo e o imediatismo. Mesmo os efeitos positivos podem ser passageiros, já que a explosão consumista é mero resultado de demandas reprimidas. Em resumo, é necessário resguardo com o possível risco de que se trate apenas de mais um período de euforia insustentável, como ocorreu nos governos de Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel e sua confiança no modelo industrial.

Um dos principais desafios, portanto, é identificar características pessoais dos pobres que aproveitaram efetivamente as oportunidades de ascensão disponíveis. Trata-se do comportamento da nova classe média em diversos aspectos, como o consumo e o próprio empreendedorismo. As políticas públicas direcionadas à nova classe média precisam, além de evitar o descendo à pobreza, oferecer oportunidades para a continuidade da progressão. No âmbito dos pequenos empresários, incluso o empreendedor individual, há as seguintes necessidades: garantir acesso a serviços produtivos de melhor qualidade (assistência técnica); melhorar e facilitar o acesso ao crédito e aos mercados; e apoiar uma melhoria na qualidade da produção (apoio à comercialização, formação de cooperativas e arranjos produtivos locais). Nota-se mais uma vez, enfim, a convergência com as ações do Plano Brasil sem Miséria relacionadas à inclusão produtiva pela via do empreendedorismo.

 

3. REPRESENTAÇÃO DOS EMPREENDEDORES INDIVIDUAIS

 

O movimento empresarial brasileiro ainda apresenta graves fragilidades e inconsistências. Os sindicatos induzem políticas públicas, mas ainda concentradas em favor dos grandes empreendimentos (que correspondem aproximadamente a apenas 1% do total dos negócios do país).[14] É recorrente a criação de mecanismos alternativos de representação de um determinado segmento que mesmo assim acaba não se sentindo representado, e isso ocorre com as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais.

Além disso, as associações e federações correlatas apresentam extrema carência de recursos intelectuais, técnicos e financeiros. Necessitam claramente de profissionalização e domínio dos assuntos relacionados. Mesmo o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (que congrega associações, sindicatos, federações e confederações empresariais) apresenta certa inércia e falta de efetividade em sua rotina de reuniões e poucas ações.

 

3.1. Participação no Plano Brasil sem Miséria

 

No âmbito do Plano Brasil sem Miséria a situação não é diferente. A execução das ações não tem proporcionado participação social, possíveis interlocuções com movimentos sociais ou mecanismos participativos. As únicas iniciativas iniciais foram uma apresentação do Plano a movimentos sociais e segmentos da sociedade civil, pouco antes do lançamento, e a elaboração de uma proposta de participação.

As conversas ou “diálogos” (mediados pela Secretaria-Geral da Presidência da República) renderam sugestões e demandas que foram arquivadas em uma síntese (documento interno do MDS, não tornado público inicialmente). O Plano, assim, foi lançado em junho de 2011 sem a possibilidade de contemplá-las totalmente. A proposta de participação social do Plano[15] (também documento interno do MDS, não tornado público inicialmente), por sua vez, guiava-se pela preocupação de não criar mais uma instância, tendo em vista que as políticas participantes do Plano já têm seus conselhos. O objetivo, portanto, era elaborar um planejamento mais leve que ao mesmo tempo permitisse a devida escuta.

Dentre as ações previstas estava a construção de um espaço interconselhos, para reuniões periódicas com representantes (sociedade civil) dos conselhos das políticas que participam do Plano. Mas, como muitas vezes os conselheiros não dão retorno aos seus conselhos, previu-se também uma participação pró-ativa do Plano em cada conselho participante, apresentando as ações e escutando as observações. Ter-se-ia assim os dois lados: os conselheiros participando num espaço regular de encontro e a equipe do Plano participando no espaço de cada um desses conselhos. Outro aspecto da proposta era a utilização das novas tecnologias de informação para divulgação dos resultados, com relatórios mais palatáveis, boletins e ouvidoria. Enfim, mecanismos de escuta e devolução.

Além das limitações de uma equipe de trabalho pequena, uma das justificativas para a não implementação imediata dessa proposta e para a consequente ausência de mecanismos participativos baseava-se na própria definição do Plano, argumentando-se que uma política pública que consiste na agregação e intensificação de programas já existentes aproveitaria os respectivos mecanismos participativos em andamento. De fato, o Plano Brasil sem Miséria é muito discutido no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) – vinculado à Presidência da República e cuja secretaria-executiva é responsabilidade do MDS, tendo assim como sua Secretária a respectiva Ministra. Muitas ações do Plano dizem respeito à segurança alimentar, no âmbito da inclusão produtiva no campo e dos serviços correlatos. Outro exemplo positivo é o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), conselho ligado ao MDS que também aborda frequentemente o Plano – tendo em vista a convergência pela assistência social.

Ocorre que, com exceção de alguns raros exemplos, não há mecanismos significativos de participação da sociedade civil nos programas específicos que compõem o Plano Brasil sem Miséria. Isso sem contar o fato de que apenas a envergadura das ações pretendidas já exigiria um planejamento específico que contemplasse os princípios da democracia participativa.

A expectativa, enfim, era de que o tema não tivesse saído definitivamente de pauta (que os empecilhos se resumissem à falta de tempo, de pessoas e de priorização), que voltasse a ser considerado e que aparecessem publicamente os resultados dos chamados diálogos, bem como a proposta de participação. Em 8 de agosto de 2012, então, no evento “Diálogos Governo e Sociedade Civil”, foram iniciados os citados retornos. Um dos documentos apresentados foi a “Devolutiva”, que consiste num relato à sociedade civil das medidas adotadas no Brasil Sem Miséria (BSM) a partir das questões surgidas nos diálogos de 2011. Ela reforça a justificativa, citada acima, para a ausência de novos mecanismos participativos:

 

As políticas públicas integrantes do BSM contam com instâncias já consolidadas e fóruns constituídos pelos ministérios diretamente responsáveis, em parceria com a sociedade civil. A participação social no Plano não visa replicar ou substituir as instâncias já existentes, mas pautar a discussão do BSM enquanto estratégia abrangente para a superação da extrema pobreza e promover a articulação de políticas de forma transversal por meio do debate com a sociedade. Nos diálogos com a sociedade civil realizados em maio de 2011 com o objetivo de apresentar o BSM e discuti-lo, surgiram questionamentos e sugestões para os quais o Plano buscou respostas práticas e soluções aplicáveis. A devolutiva desses tópicos, levantados no primeiro grande evento do BSM com a sociedade civil, é apresentada no documento que segue, para que haja continuidade desse importante canal de comunicação com os representantes das mais diversas entidades e movimentos sociais.[16]

 

O documento elenca por tema solicitações e providências tomadas. No âmbito do “Busca Ativa”, destaque-se a solicitação de empoderamento dos movimentos e organizações sociais para que exerçam controle social sobre as prefeituras e garantam a qualidade do cadastramento das família extremamente pobres. A resposta do Governo é a de que, apesar de os movimentos sociais não poderem realizar diretamente o cadastramento (atribuição dos municípios), são importantes para a qualificação do processo e devem articular sua participação junto aos responsáveis pelo Cadastro Único e pelo Programa Bolsa Família em cada esfera federativa.

No âmbito do pacto federativo, por sua vez, destaque-se a solicitação de esclarecimentos sobre os instrumentos de gestão para as prefeituras e sobre o papel dos estados no Plano. A resposta do governo é a de que os municípios são responsáveis pelos registros e atualizações referentes ao Cadastro Único, pela aderência às expansões da rede SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e do Programa Mais Educação, pela pactuação de cursos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e pelo trabalho em prol da inserção produtiva da população em extrema pobreza, dentre outras ações. Quanto aos estados, foram convidados a articular, apoiar e mobilizar os municípios para a superação da extrema pobreza, e foram assinados pactos regionais.

Nota-se que se trata em geral, na primeira parte do documento, de uma compilação de ações pontuais relacionadas aos próprios eixos de atuação do plano. E o desafio que o público em questão coloca é transmitido aos movimentos sociais sem o caráter de participação: “Esse desafio é válido também para os movimentos sociais, que podem buscar um foco maior no público do BSM em suas ações.”[17] Nas duas últimas páginas do documento, então, é abordado o tema da participação social propriamente dita. São estas as solicitações apresentadas:

 

Definir como as organizações da sociedade civil que têm elevada capilaridade poderão participar e contribuir com o Plano BSM.

Rever e adequar o marco legal que rege as relações entre o Estado e as organizações da sociedade civil de modo a fortalecer essas entidades a partir da articulação e consolidação de mecanismos que assegurem a transparência e efetividade de suas ações.

O Plano deve ser acompanhado de uma ampla mobilização social para assegurar sua divulgação junto à população.

Articular o BSM com a realização das conferências nacionais como a de Assistência Social, a de Segurança Alimentar e a de Políticas para as Mulheres.

Dialogar com o processo de organização da Rio+20.[18]

 

Como retorno, o Governo repete a afirmação de que o Plano objetiva apenas pautar a discussão, não pretendendo a criação de instâncias específicas de participação social. São apontados, em seguida, exemplos de convergências: ações estruturadas com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e com o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTTL). No tocante ao marco legal apontado, o Governo cita o “Seminário sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”, realizado em 2011. E, por fim, afirma-se que o BSM foi abordado em conferências de determinados conselhos e na Rio+20.

O outro documento apresentado no evento “Diálogos Governo e Sociedade Civil” é a proposta do Governo Federal para a participação social no BSM, esse sim um documento diretamente relacionado ao tema e que confirma o atraso comentado acima. Reforça-se nele a justificativa de que a participação social no Plano pretende apenas reforçar e pautar as instâncias já existentes e o fato de que foram realizados os oito diálogos iniciais. A proposta propriamente dita, enfim, refere-se à realização de quatro tipos de encontro: “Diálogos Governo e Sociedade Civil” (anualmente), Diálogos em Conselhos e Conferências, Diálogos Regionais (a partir de 2013) e outras formas de diálogos.

Os “Diálogos Governo e Sociedade Civil: Brasil sem Miséria” reunirão representantes de diversos segmentos da sociedade civil, sugerindo-se no documento que ocorram em Brasília com transmissão online. Os objetivos são os seguintes:

 

Apresentar balanço do BSM;

Apresentar a devolutiva em relação às propostas apresentadas nos diálogos do ano anterior;

Realizar reuniões temáticas sobre cada um dos eixos do BSM;

Avaliar, debater e construir propostas para o aperfeiçoamento do Plano Brasil sem Miséria.[19]

 

O primeiro evento, nessa linha, foi justamente o realizado em 8 de agosto de 2012, no qual os documentos ora em análise foram apresentados. Prevê-se que as propostas naquela oportunidade levantadas serão sistematizadas em dois relatórios, que estarão disponíveis nos sites do MDS e da Secretaria-Geral da Presidência da República (o primeiro relatório sistematizará o ocorrido no evento e será publicado até o dia 30 de novembro de 2012, e o segundo apresentará devolutiva às propostas e será publicado até o dia 30 de maio de 2013). No segundo semestre de 2013, então, segundo o Governo, será realizado o 2o “Diálogos Governo e Sociedade Civil: Brasil sem Miséria”.

Nos diálogos em conferências e conselhos nacionais de políticas públicas, por sua vez, o BSM será apresentado com foco na área de atuação dos interlocutores, com possibilidade de apresentação de propostas dos representantes da sociedade civil. Segundo o documento, “o BSM conta com interlocutores em todos os ministérios parceiros, que participam da organização das conferências e das reuniões dos conselhos de suas áreas de atuação.”[20] Há ainda a previsão de diálogos regionais a partir de 2013, para além de Brasília. O objetivo é apresentar ações desenvolvidas nacional e regionalmente, com debate sobre as formas de engajamento da comunidade e das entidades locais. Os eventos serão realizados a partir da Agenda Brasil da Secretaria-Geral da Presidência, mas segundo o documento ainda será consolidada proposta específica de ação. E, por fim, as outras formas de diálogo, que consistem simplesmente em difundir e debater ideias sobre o Plano em eventos de grande porte, como foi a Rio+20.

Nota-se, afinal, que o Plano continuará a ser executado apenas com pactuações no âmbito governamental (regiões, estados e certas iniciativas municipais) e algumas parcerias com o setor privado, amenizando-se muito pouco a carência de mecanismos participativos com as propostas apresentadas nos “Diálogos Governo e Sociedade Civil: Brasil sem Miséria”. Essa carência, no que toca ao setor dos pequenos negócios, impede um adequado aproveitamento das possibilidades compreendidas no eixo de inclusão produtiva.

 

3.2. Proposta de Participação

 

As citadas fragilidades e inconsistências do movimento empresarial brasileiro, que aparentemente justificariam a ausência de mecanismos participativos no Plano Brasil sem Miséria, são justamente uma prova de sua necessidade. A evolução das entidades representativas de micro e pequenas empresas, que custa a acompanhar o crescente reconhecimento do setor nas políticas públicas do país[21], seria grandemente impulsionada se sua intersecção com o Plano recebesse a devida atenção dos órgãos executores.

Surge assim a oportunidade de fortalecer a representação desse segmento, com destaque para os empreendedores individuais. A inédita (no mundo) formalização de mais de 2,6 milhões de empreendedores em tão pouco tempo, bem como o contínuo aumento desse número, demonstra que o empreendedor individual representará em alguns anos a maioria das empresas do país. Iniciativas gerais para a sua representação têm surgido, mas geralmente permeadas por aparentes interesses monetários e muitas vezes associadas a fraudes consubstanciadas em boletos ambíguos. Uma das experiências mais recentes que merece citação, e que a princípio não apresentava esse caráter duvidoso, é o Sindicato Nacional dos Microempreendedores Individuais. Foi publicado no diário oficial do dia 5 de setembro de 2011, na seção 3, edital de convocação para assembléia de fundação do SindMEI, no dia 06 de outubro.[22]

Os sindicatos da categoria patronal, então, se mobilizaram para participar da Assembléia com o intuito de manifestar contrariedade à criação do sindicato e, graças a uma ação cautelar com pedido de liminar proposta pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a assembléia foi suspensa. Assim decidiu a Juíza do Trabalho Marli Lopes da Costa de Góes Nogueira:

 

As notícias trazidas aos autos revelam a presença dos requisitos que justificam a concessão da medida liminar invocada, uma vez que não soa admissível – pelo menos au prime abord – que um único sindicato possa, em âmbito nacional, abarcar todos os microempresários do país, cuja extensão é continental e abrange áreas altamente diversificadas, seja quanto à população, seja quanto ao potencial econômico, seja quanto à infraestrutura, entre outros aspectos, entrando em conflito, no mínimo, com a parte autora, que, como é público e notório, já representa todos os empresários do ramo industrial, inclusive os de pequeno porte, em seu estado.[23]

 

Sem entrar no mérito desse processo específico, é fato que o tema gerará ainda diversas polêmicas, mas isso não pode impedir o reconhecimento da oportunidade e de consequentes proposições. Por se tratar de um público extremamente diversificado, como aponta a decisão, o recorte mais específico proporcionado pelo Plano Brasil sem Miséria poderia servir como experiência piloto. São priorizados atualmente, na execução do eixo de inclusão produtiva por via do empreendedorismo, os empreendedores individuais beneficiários do Programa Bolsa Família. Diante da necessidade de mecanismos participativos no Plano, que apenas reforça uma ausência geral de representação desses empreendedores, surge a oportunidade de um conselho específico.

O modelo dos conselhos gestores de políticas públicas se fundamenta na ideia de participação coletiva, com representação das organizações da sociedade civil, e a legitimidade da representação se dá por critérios de expertise ou qualificação. Amparados por legislação nacional, apresentam um caráter decisório (de política pública) estruturado e sistêmico e uma atuação nas três esferas governamentais (município, estado e plano nacional). As atribuições, assim, são legalmente estabelecidas no plano da formulação e implementação das políticas de determinada esfera governamental, abrangendo planejamento e fiscalização das ações. Além disso, funcionam como fóruns públicos para a captação de demandas dos diversos grupos sociais, ampliando a participação de segmentos com menos acesso ao Estado.

Os conselhos apresentam diferenças no número de assentos, no perfil dos segmentos representados e nos mecanismos de escolha desses representantes. As escolhas podem se dar em assembléias, com a participação de diferentes atores e organizações sociais, por meio de fóruns setoriais de políticas públicas ou por indicações de categorias profissionais. Enfim, a composição dos conselhos conjuga participação coletiva (auto-apresentação das entidades escolhidas) com representação coletiva (entidades escolhidas por representarem outros setores).

Um possível “Conselho de Empreendedorismo e Inclusão Produtiva (Coneip)”, assim, reuniria conselheiros da sociedade civil (inclusos empreendedores individuais, acadêmicos correlatos e representantes do Sebrae), conselheiros do Governo Federal (com destaque para o âmbito do Plano Brasil sem Miséria) e observadores (inclusos outros conselhos relacionados ao Plano Brasil sem Miséria, proporcionando assim uma interação exclusiva ao Plano que recolocaria em pauta a citada proposta de participação, até o momento não implementada).

 

4. CONCLUSÃO

 

Por seu extraordinário crescimento, imenso potencial ainda informal e agregação à chamada nova classe média, o empreendedor individual se apresenta como segmento estratégico para o desenvolvimento do país e paralela redução das desigualdades socioeconômicas. Esse viés da oportunidade de superação da pobreza, por sua vez, tornou-se ainda mais evidente no âmbito do Plano Brasil sem Miséria, mediante a associação entre empreendedorismo e inclusão produtiva.

E evidenciou-se também, nesse contexto, a carência de participação social do empreendedor individual, carência essa já existente de forma geral na representação dos pequenos negócios e reforçada na execução do Plano, que até o momento não tratou da questão em nenhum eixo. Conclui-se, assim, que o Plano Brasil sem Miséria traz oportunidade única de criação de um mecanismo participativo correlato, que além da relevância nessa política pública específica conformaria um exemplo a ser expandido à representação dos pequenos negócios em geral.

A proposta alinha-se à possível criação de um Ministério ou Secretaria da Micro e Pequena Empresa, bem como à atual estruturação de uma política nacional de participação social pelo Governo Federal – que demonstra estar a participação se tornando definitivamente um tema da gestão pública.

O Sebrae, da mesma forma, tem dupla oportunidade e duplo desafio. Tendo o empreendedor individual como um dos futuros principais clientes, senão o principal, evidencia-se a necessidade de adaptação da instituição ao seu perfil e foco no atendimento, já que a ênfase ainda está na formalização. Essa transição, por sua vez, reforçará a importância do Sebrae para a inclusão produtiva e a associará definitivamente ao potencial do empreendedor individual.

Quanto à participação, seria importante a construção de uma estratégia de abertura com mecanismos de escuta (espaços formais de diálogo) e devolução, ampliando o rol de parcerias e abrangendo organizações da sociedade civil. O Sebrae não é uma instituição representativa de pequenos negócios, embora trabalhe na área de políticas públicas pelo fortalecimento dessa representação. Mas, para promover o desenvolvimento local e territorial com base nesses negócios, é preciso realmente escutar as comunidades locais (bem como os correlatos atores nacionais e movimentos sociais) e compreender as diversas dinâmicas envolvidas, superando assim a mera assistência técnica.

Nesse caminho, com ações do Governo Federal e das principais instituições relacionadas ao empreendedor individual, será possível aproveitar o potencial desse público para o desenvolvimento do país e ao mesmo tempo promover verdadeira progressão social. A redução da desigualdade e a superação da pobreza extrema, objetivos de desenvolvimento do milênio, poderão ser consequentemente alcançados.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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** Advogado (UNESP) e analista de desenvolvimento territorial do Sebrae Nacional. MBA em Estratégia Empresarial (FGV) e especialista em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais (UFMG).

[1] Mais informações sobre o Plano podem ser obtidas em <www.brasilsemmiseria.gov.br>.

[2] Dados apresentados nos relatórios do Programa, disponíveis em <http://www.mds.gov.br/bolsafamilia>.

[3] SPÍNOLA, André Silva. O empreendedor individual e o Programa Bolsa Família: uma oportunidade para crescer. SEBRAE: Brasília, 2012.

[4] “Busca Ativa” é uma estratégia do Plano Brasil sem Miséria para encontrar e cadastrar (Cadastro Único de Programas Sociais) as famílias extremamente pobres, sem esperar que cheguem ao Estado. A ação é desenvolvida junto aos municípios, com equipes volantes de assistência social e aumento de repasses de recursos do Governo Federal.

[5] DOMINGUES, José Maurício. Democracia e dominação: uma discussão (via Índia) com referência à América Latina (Brasil). DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 52, n. 3, 2009. p. 563.

[6] STARLING, Heloisa. Apontamentos sobre o republicanismo. In: AVRITZER, Leonardo et alli. Democracia, República e Participação: Programa de Formação de Conselheiros Nacionais. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

[7] DAGNINO, Evelina. ¿Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos falando? In: Daniel Mato (coord.). Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela, 2004.

 

[8] DAGNINO, op. cit. p. 97.

[9] FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.

[10] FOUCAULT, op. cit. p. 310.

[11] Op. cit. p. 317.

[12] Op. cit. p. 318.

[13] SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 109.

[14] SPÍNOLA, André Silva. A eficiência da representação empresarial das micro e pequenas empresas. In: Programa de Formação de Conselheiros Nacionais em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais. UFMG: Belo Horizonte, 2010.

[15] Informações obtidas em entrevista com Nathalie Beghin, ex-assessora da Secretaria Extraordinária de Superação da Extrema Pobreza do MDS (Sesep) e responsável pela síntese dos “Diálogos”, bem como pela proposta de participação social no Plano Brasil sem Miséria.

[16] Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Devolutiva: Diálogos Governo e Sociedade Civil: Plano Brasil sem Miséria. Brasília: Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza, 2012. p. 11.

[17] Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, op. cit. p. 35.

[18] Op. cit. p. 36.

[19] Secretaria Geral da Presidência da República. Mobilização e participação social no Plano Brasil sem Miséria. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2012. p. 5.

[20] Op. cit. p. 6.

[21] MATOS, Marcelo Pessoa; ARROIO, Ana. Políticas de apoio a micro e pequenas empresas no Brasil: avanços no período recente e perspectivas futuras. Santiago: Naciones Unidas, 2011.

[22] Disponível em: <http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=155&data=05/09/2011>

[23] Disponível em: <http://www.obinoadvogados.com.br/clipping/not4141011.htm>

DF realiza primeiro encontro distrital de Agentes de Desenvolvimento

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No próximo dia 18 de dezembro, Agentes de Desenvolvimento se reunirão para o Iº Encontro Distrital dos Agentes de Desenvolvimento do Distrito Federal. O objetivo é disseminar experiências de sucesso, fortalecer a Rede dos AD do DF e promover a busca de experiências entre os agentes públicos distritais.

O evento tem o apoio da Secretaria de Estado da Casa Civil, através da Coordenadoria das Cidades, destina-se a todos Agentes de Desenvolvimento do DF, Diretores de Administração Geral das Regiões Administrativas, Diretores de Desenvolvimento Econômico das RAs e Administradores Regionais, entes importantes na geração de emprego e renda nas RAs, por meio da promoção da competitividade, do empreendedorismo e do desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas do DF.

Dia 18 de dezembro de 2012
Hora: 14:30 às 17:30

Negócios Sociais, um novo olhar mercantil

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Por Krishna Aum* 

Preâmbulo

 “Enquanto todos pensam em capitalizar a realidade, prefiro sociabilizar meus sonhos”. O poeta Sérgio Vaz, ao proferir essa frase, conseguiu sintetizar um pouco o espírito virtuoso dos negócios sociais. Causar um impacto positivo em uma comunidade, ampliando o horizonte das perspectivas de pessoas marginalizadas pela sociedade, aliada à possibilidade de gerar renda compartilhada e autonomia financeira para os indivíduos de classe baixa.

As questões sociais estão intrinsecamente associadas às ambientais. “São dois os imensos dilemas que enfrentamos, da desigualdade e da destruição ambiental. Até há pouco tempo nos contentávamos com o crescimento econômico, acreditando que o resto seguiria. Hoje já não há dúvidas de que precisamos de mecanismos muito mais ativos de intervenção organizada para enfrentar os desequilíbrios herdados, envolvendo todos os atores sociais – Estado, empresa e sociedade civil – na luta por uma sociedade economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente sustentável”, discorre o economista político Ladislau Dowbor, ao enfatizar as inter-relações entre as temáticas social, ambiental e econômica que compõem o tripé da sustentabilidade.

“Alcançar o sucesso e a sustentabilidade no processo de desenvolvimento exige o envolvimento de todos os grupos, para assegurar que as necessidades de todos sejam atendidas, e, em última instância, para promover a igualdade.” – United Nations, The Inequality Predicament, New York, 2005.

Os negócios sociais devem contribuir para transformar a realidade e fomentar o desenvolvimento local. Trata-se de um processo de mudança de paradigmas, no qual a comunidade é envolvida e incentivada a utilizar seus ativos e potencialidades, preservando sua identidade e buscando a melhoria da qualidade de vida das pessoas que ali residem, bem como do meio-ambiente. Segundo a socióloga Tânia Zapata, “trabalhar pelo empoderamento e fortalecimento da comunidade exige uma compreensão sobre o novo papel do local e contempla valores como autonomia, pluralismo, solidariedade, equidade e respeito ao meio ambiente”.

O desenvolvimento local tem como premissas básicas a construção do capital social, o fortalecimento dos micro e pequenos empreendimentos, o fomento ao associativismo e a consecução de uma governança local, por meio da cooperação e da repactuação dos papéis dos diversos atores envolvidos, na busca de uma sinergia de longo prazo.

Tanto o empreendedorismo, como a inovação são duas vertentes importantes no processo de desenvolvimento local que têm aderência com a temática de negócios sociais. É necessário criar um ambiente adequado que estimule a geração de renda e a inclusão produtiva. Para tanto, parcerias e associações são fundamentais para mobilizar os recursos tanto humanos quanto econômicos de modo que o resultado financeiro seja retido na própria comunidade.  Complementarmente, práticas imaginativas e atitudes inovadoras dão respaldo à geração de modelos diferenciados e inclusivos de negócios, em que as pessoas tenham consciência da importância e, sobretudo, do papel delas como agentes ativos de transformação da realidade.

Os negócios sociais são uma poderosa ferramenta de resgate da dignidade e da sensação de pertencimento. Os indivíduos, ao aumentarem sua renda, ampliam suas perspectivas de ascensão econômica e social, orgulham-se de suas origens e sentem-se responsáveis pela melhoria dos padrões de vida de sua família e de sua comunidade. A sensação de poder e a auto-estima elevada contaminam positivamente a comunidade e contribuem com a criação de um círculo virtuoso de valor compartilhado.

Negócios sociais x negócios tradicionais

  Negócios Tradicionais Negócios Sociais
Os impactos Partem do conceito do economista Milton Friedman, segundo o qual a única função social da empresa é gerar lucro para seus acionistas. São empreendimentos que visam ser rentáveis e lucrativos, mas gerando impacto social e contribuindo para redução da pobreza.
Os investidores Não levam em conta o impacto social. O foco é o modelo de negócio no qual maximize a sua rentabilidade. O impacto social é importante na hora de escolher o projeto a ser financiado.
O público-alvo Classes A, B e C. Nos últimos anos, a classe C tem sido um grande filão de mercado por conta do número de pessoas e do poder de consumo. As faixas de renda mais baixas, também chamadas de base da pirâmide. Além da classe C-, as classes D e E.
As áreas de atuação As startups brasileiras, em sua grande maioria, estão voltadas para produtos e serviços na área de tecnologia. São poucos negócios sociais atuando no Brasil com tecnologias e comunicação (12% da amostra).

Fontes: Ande Polo Brasil e Potencia Venture (adaptado)

 Conceituação

Uma nova geração de empreendedores com consciência social tem despontado no mercado ao conseguirem atrelar aos ganhos financeiros um impacto positivo na sociedade. Perceberam que lucros e preocupação social podem fazer parte do mesmo plano de negócios. Não tem nada a ver com filantropia ou assistencialismo e, muito menos, se trata de uma ONG. Segundo o estrategista Michael Porter, “o resultado de uma empresa jamais pode ser compreendido como sucesso verdadeiro se não trouxer progresso econômico para a sociedade”.

“Iniciativas economicamente rentáveis que usam mecanismos de mercado para melhorar a qualidade de vida das pessoas de baixa renda, permitindo sua participação na cadeira de valor ou seu acesso a serviços básicos essenciais de melhor qualidade ou a menor preço”. Essa definição de negócios sociais é dada pela Avina, uma fundação latino americana que tem em sua missão criar condições favoráveis para que atores diversos possam contribuir juntos para o bem comum. A união de esforços é uma tônica presente na temática que busca gerar um processo inclusivo de transformação social.

É importante ressaltar algumas características dos negócios sociais. Precisa ser rentável. Por mais que doações sejam bem-vindas para dar o aporte inicial necessário para a operação, com o passar do tempo ele necessita ser superavitário. É preciso ter fins lucrativos para obter escala e transformar a realidade de pessoas que se situam na base da pirâmide.

 

O impacto social positivo deve ser obtido por meio do core business da empresa, ou seja, a atividade principal deve beneficiar diretamente pessoas da base da pirâmide. Corporações que atendem classes menos abastadas através de institutos ou departamentos de sustentabilidade ou responsabilidade social não podem ser caracterizadas como negócios sociais. Nesses casos, o dinheiro é obtido de maneira tradicional e parte dos recursos é repassada para iniciativas sociais.

Um dos aspectos mais controversos, com duas correntes opostas bem definidas, é a questão da distribuição de lucros e dividendos entre os proprietários/acionistas. Muhammad Yunus, natural de Bangladesh e prêmio Nobel da Paz em 2006, defende a linha de que a rentabilidade do negócio deve ser retida na empresa para subsidiar investimentos em marketing, P&D, inovação, tecnologia e aperfeiçoamento de processos. Segundo ele, os investidores só podem recuperar o capital investido, sem direito a lucros e dividendos. Talvez Yunus tenha sido o precursor do tema Negócios Sociais ao fundar, em 1976, o banco de microcrédito Grameen Bank que oferece dinheiro principalmente às mulheres de baixa renda sem a necessidade de apresentação de garantias.

Contudo, atualmente, o modelo de Yunus não encontra eco entre as diferentes vozes do tema. Inclusive, o fundador do Grameen considera imoral lucrar com a base da pirâmide. Entretanto, apesar de pontos de vista filosóficos e éticos divergentes, dissociar distribuição de dividendos para os investidores de impacto social positivo tem gerado mais críticas do que adesões. O nível de atratividade desse modelo perde importância, afugentando novos entrantes que desejam diversificar seu portifólio de investimentos. Além disso, esse modelo apresenta outra restrição que é a dificuldade de multiplicar as experiências em lugares distintos, fazendo com que perca escala e fique condicionada a realidades pontuais.

 

A outra corrente é favorável à distribuição dos dividendos entre os acionistas. Possui mais adeptos pela lógica da escala – quanto mais atrativo for o negócio, mais investidores se interessarão e, consequentemente, mais problemas sociais serão impactados positivamente. Os dois representantes com maior relevância desse modelo são Stuart Hart, um dos palestrantes de sustentabilidade corporativa mais influentes da atualidade, professor de Empresas Globais Sustentáveis e de Administração na Johnson School of Management, da Cornell University, nos Estados Unidos; e Michael Chu, professor da Harvard Business School e diretor do Fundo de investimento Ignia, com sede em Monterrey, México, dedicada a investir em empresas comerciais que assistem populações de baixa renda na América Latina.

Segundo a Artemisia, uma OSCIP que potencializa o ecossistema empreendedor para negócios sociais, os negócios sociais podem gerar impacto positivo de três maneiras. A primeira é por meio da inclusão de pessoas de baixa renda na cadeia produtiva de valor (como proprietários, sócios, parceiros, empregados, fornecedores e distribuidores). A segunda pela oferta de produtos e serviços, de qualidade e a preços acessíveis, que contribuem diretamente na qualidade de vida das pessoas mais pobres porque atendem às suas necessidades básicas (em áreas como habitação, saúde, alimentação, saneamento e energia) ou porque abrem oportunidades de melhoria de sua situação socioeconômica (telefones celulares, computadores, serviços financeiros e jurídicos). E, por último, através da oferta de produtos e serviços que melhoram a produtividade dos mais pobres, contribuindo indiretamente para o aumento de suas rendas (acesso a crédito produtivo, venda de tecnologias e equipamentos de baixo custo etc).

 Negócios sociais na prática

A Banca

Um exemplo da primeira vertente, inclusão de pessoas de baixa renda na cadeia produtiva, é a produtora cultural social “A Banca”, sediada no Jardim Ângela, comunidade carente da periferia de São Paulo. “A Banca” promove eventos, apresentações artísticas, além de desenvolver a música e a cultura hip hop como meio de inclusão cultural, social e econômica para os jovens de baixa renda.

Uma das atividades inclusivas realizadas pela produtora é levar estudantes de uma escola pública do Jardim Ângela para visitar uma escola particular de um bairro nobre da cidade. Os jovens de origens sociais opostas se encontram para trocar experiências sobre arte, dança e cultura em geral. Depois o caminho inverso é percorrido. Os alunos das escolas abastadas são levados até uma escola humilde para complementar as trocas de histórias e sentimentos. Segundo o fundador de “A Banca”, Marcelo Rocha, mais conhecido por DJ Bola, “os preconceitos são minimizados quando eles percebem que têm gostos e preferências artísticas convergentes”.

Nutriz

Um negócio Social recente e com um impacto relevante na saúde das mulheres é o Nutriz. Associação sem fins lucrativos, com sede em São Paulo, que visa promover o bem-estar da mãe e do bebê por meio da promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. A Nutriz oferece uma sala em que a mãe terá todos os recursos necessários para a coleta e o armazenamento do leite, bem como para a própria amamentação. Dois serviços oferecidos de alto valor agregado é a presença, nos espaços Nutriz, de consultoras de amamentação, capacitadas para fornecer suporte pedagógico sobre o tema; e atendimento remoto 24 horas, via telefone ou internet.

Para cada sala Nutriz instalada em empresas que compram o serviço, é instalada uma sala gratuitamente em uma comunidade em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. Uma das dificuldades de viabilização desse modelo de Negócio Social, como relata Mauro Romano, um dos fundadores, é o subsídio cruzado. “Nossa fonte de receita – empresas – é diferente do nosso público social – comunidade carente em Carapicuíba. Em função disso, para captar clientes corporativos, precisávamos ter um case social formatado com clientes atendidos. Isso fez com que investíssemos nosso dinheiro para atender a comunidade e, só depois, conseguirmos gerar receita própria. Esse descasamento de fluxos de caixa chegou a comprometer nossa operação em alguns momentos”.

Banco Pérola

O Banco Pérola é um exemplo de negócio social que possibilita o acesso a crédito a jovens empreendedores das classes C, D e E que não conseguiriam financiamento por meio de instituições bancárias tradicionais, por conta de exigências e garantias requisitadas. Não há necessidade de comprovação de renda e nem de avalistas.

Os créditos oferecidos destinam-se, basicamente, a financiar capital de giro: dinheiro de curto prazo para aquisição de insumos e matérias primas; e capital fixo: aquisição de equipamentos, veículos ou reforma e melhoria nas instalações físicas. O valor mínimo do empréstimo é R$ 50 e o máximo R$ 5.000. A taxa de juros cobrada é 4% ao mês, sendo que 3% são destinados ao acompanhamento do empreendedor que tomou o empréstimo. O prazo para pagamento varia entre 1 e 7 meses, conforme a robustez e a prosperidade de cada empreendedor.

O Pérola surgiu no final de 2009, em Sorocaba, interior de São Paulo, a partir do sonho da paranaense Alessandra França, influenciada pela iniciativa do Grameen Bank, banco de micro-crédito bengali de Muhammad Yunus. Além de oferecer crédito facilitado, o Pérola oferece uma espécie de consultoria empreendedora, com dicas importantes para a adoção e, sobretudo, manutenção de um comportamento socioeconômico sustentável.

Geekie

Com uma vasta experiência em bancos de investimentos no Brasil e no exterior, os sócios Claudio Sassaki e Eduardo Bontempo começaram a não ver mais sentido em trabalhar em empresas que visassem exclusivamente o lucro. Faltava-lhes algo com uma pegada social. Queriam empreender em educação para que pudessem contribuir, efetivamente, com a transformação das perspectivas de vida das classes menos favorecidas. Fundaram, então, o Geekie.

rata-se de uma plataforma online, de ensino adaptativo, direcionada aos alunos que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Por meio de simulados remotos, o sistema consegue identificar os gaps de aprendizagem que os alunos têm em diversas disciplinas, como matemática e biologia, por exemplo, e fazem um mapeamento completo das principais competências e pontos a serem melhorados do ponto de vista de aprendizado.

Agregado a esse mapeamento, o sistema consegue oferecer conteúdos personalizados que complementem as carências educacionais dos alunos. “Nossa ferramenta se contrapõe ao modelo educacional ultrapassado em que o ensino é único e massificado. A cada dia surge uma nova rede social. O acesso à informação está ao alcance de um clique. Nossa idéia é usufruir dos benefícios que a tecnologia nos oferece e customizar o ensino, bem como ampliar o acesso às classes mais baixas”, afirma Sassaki.

O time do Geekie é composto por jovens talentos, muitos deles recém formados pelo ITA. Existe um processo de inteligência na plataforma muito bem estruturado. Os alunos têm uma experiência diferenciada, na qual os conteúdos são moldados para que os estudantes consigam desenvolver o máximo de seu potencial. E o benefício social é que o serviço é oferecido de maneira subsidiada aos jovens de classe baixa.

Ecossistema

 Vários são os atores que interagem nos Negócios Sociais, desempenhando papéis definidos e específicos e criando sinergia e inter-relações. A esse conjunto de atores chama-se ecossistema. A articulação desse ecossistema, permitindo que a engrenagem funcione de maneira eficiente e simbiótica, é o grande desafio dos negócios sociais. Os principais players que o compõem são:

Incubadoras à têm por finalidade viabilizar um negócio social em sua fase inicial. A incubadora tem um espaço físico com infra-estrutura adequada para abrigar e estimular a transferência de resultados de pesquisas para atividades produtivas. Oferecem acompanhamento, avaliação e orientação. Na maior parte das vezes, são atreladas a alguma instituição de ensino e seu trabalho é de longo prazo.

Aceleradoras à Muito parecido com a incubadora, mas não costuma ter um espaço físico. É direcionada a negócios sociais já consolidados e com alguma experiência de mercado e, geralmente, visa o curto prazo, ou seja, menos de um ano.

 

  • Investidores à Pessoas jurídicas ou físicas (investidores-anjo) que intencionam diversificar seu portifólio de investimentos para aplicar em empresas que causem um impacto positivo na sociedade. Oferece dinheiro por meio de empréstimos, participação acionária ou doações. Podem cobrar equity (participação nos resultados) ou não.

 

  • Instituições acadêmicas e/ou de pesquisas à Identificam tendências, modelos e caminhos que possam gerar valor aos negócios sociais. Agregam inteligência ao mapeamento de oportunidades e contribuem na avaliação do impacto que os negócios sociais podem causar.
  • Veículos de comunicação à Disseminam conteúdos de interesse para todo o ecossistema. Ajudam a manter na pauta a temática Negócios Sociais.
  • Profissionais liberais à Apesar de não existir ainda no Brasil um modelo consolidado de Negócios Sociais, com uma legislação específica e instrumentos jurídicos adequados, alguns profissionais são de suma importância dentro do ecossistema: advogados, contadores, administradores, assessores de imprensa e relações públicas. 

Business Model Canvas

Desenvolvido por Osterwalde, em 2010, o Business Model Generation nada mais é do que um mapa estratégico no qual as principais informações de valor são dispostas de maneira simples e assertiva para facilitar a visualização e análise dos principais dados de uma empresa.

O Canvas, como é mais conhecido, é usado com freqüência para apresentar startups, seja de negócios sociais ou não, a potenciais investidores. O mapa deve ser disposto em apenas uma página. Os elementos-chave do Canvas são:

Proposta de valor
- Qual o valor gerado pelo negócio?
- Qual problema do cliente será resolvido pelo negócio?
- O que o diferencia e, se possível, o torna exclusivo e inovador?
- Que tipos de produtos ou serviços serão oferecidos para cada segmento de clientes?

 

Relacionamento com os clientes
- Que tipo de relacionamento será estabelecido com cada segmento de cliente?
- Como serão estabelecidos esses relacionamentos?
- Quais os custos para se estabelecer esses relacionamentos?

 

Canais de distribuição
- Através de quais canais de distribuição os segmentos de clientes gostariam de ser atingidos?
- Quais canais se integram melhor com a rotina dos clientes?
- Como se dá a integração entre os diversos canais e quais são mais eficientes?

 

Segmentos de clientes
- Para quais nichos está sendo criado valor?
- Quais segmentos são mais importantes?

 

Atividades-chave
- Quais são as principais atividades inerentes ao negócio?
- Qual a atividade-chave que a proposta de valor requer: distribuição, estratégia de relacionamento com cliente, fluxos de receita?

 

Parceiros-chave
- Quem são os parceiros-chave?
- Quem são os fornecedores-chave?
- Quais recursos-chave estão adquirindo dos parceiros?
- Quais atividades-chave seus parceiros desenvolvem?

 

Recursos-chave
- Quais recursos-chave a proposta de valor requer: distribuição, estratégia de relacionamento com cliente, fluxos de receita?

 

Estrutura de custos
- Quais são os custos mais importantes do modelo de negócio?
- Quais recursos-chave são mais caros?
- Quais atividades-chave são mais caras?

 

Fluxo de receitas
- Para qual valor os clientes estão dispostos a pagar?
- Como os clientes pagariam?
- Quanto cada fluxo de receita contribui para a receita total?

 

Referências Bibliográficas

 Livros

DOWBOR, Ladislau. O que é poder local. Edição revista e atualizada em 2008. Ed. Brasiliense

ZAPATA, Tânia. A experiência de desenvolvimento local na Bomba do Hemetério: um olhar sobre a concepção pedagógica. 1ª Edição. 8 de março Editora. 2011.

Revistas

MARTINS FONTES, BRUNA; IWAKA, MARIANA. Eles querem mudar o mundo… Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Ed. Globo, nº 271, p. 56-71, agosto, 2011.

RIBEIRO, ALINE. Contra a pobreza, a favor do lucro. Época, Ed. Globo, nº 689, p. 66-69, ago, 2011.

TAMBERLINI, FERNANDA. O que caracteriza os negócios sociais? Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Ed. Globo, nº 250, dezembro, 2009.

 Internet

AVINA. Lideranças para o desenvolvimento sustentável na América Latina. Disponível em: <http://www.avina.net/por/sobre-avina/que-hacemos/#1>. Acesso em 24/11/2012.

 

BANCO PÉROLA. Aqui seu sonho tem crédito. Disponível em: < http://www.bancoperola.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=47&Itemid=29. Acesso em 28/11/2012.

 

GEEKIE. Inteligência a serviço da educação. Disponível em: < http://www.geekie.com.br/institutional/sobre>. Acesso em 23/11/2012.

KNOLL, PEDRO. Business Model Canvas – Passo-a-passo. Disponível em: < http://www.startupper.com.br/2012/09/27/business-model-canvas-passo-a-passo/>. Acesso em 25/11/2012.

NUTRIZ. Impacto Nutriz. Disponível em: < http://www.nutriz.org.br/impacto_nutriz.html>. Acesso em 23/11/2012.

Apostilas

ARTEMISIA, Usina de Ideias. 2012. 32 f.

O melhor dos Encontros Regionais de Agentes de Desenvolvimento

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Nos meses de outubro e novembro foram realizados os Encontros Regionais de Agentes de Desenvolvimento. Ao todo, 1.100 gestores públicos participaram dos três eventos. Procurou-se  inovar e fazer um verdadeiro caldeirão, com palestrantes de renome nacional do mercado, como Ricardo Amorim (Globo News) e Tânia Zapata, e da gestão pública, com conselheiros de tribunais de contas, a Secretaria Geral da Presidência da República, a Confederação Nacional dos Municípios, prefeitos referência em empreendedorismo, secretários e agentes de desenvolvimento, escolhidos a dedo pelas suas conquistas e pelo que hoje representam para os pequenos negócios.

Leia no informativo abaixo o que de melhor aconteceu nos três encontros.

Informativo Encontros Regionais de Agentes de Desenvolvimento

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