A expansão das organizações de caráter mutualista para a emissão de garantias de crédito é uma inovação financeira que cresce fortemente no Brasil como forma de facilitar e baratear o acesso a crédito aos pequenos negócios. Em pouco mais de 10 anos, as Sociedades Garantidoras de Crédito (SGC) disponibilizaram aos donos de pequenas empresas cerca de R$ 40 milhões em garantias, que avalizaram R$ 60 milhões em operações de crédito junto a instituições financeiras.
A evolução desse modelo foi tema de debate durante o 4º Fórum Brasileiro de Sistemas de Garantias de Crédito para MPE promovido pelo Sebrae em Foz do Iguaçu (PR) no início de junho. Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, a perspectiva é promissora para os próximos anos, pois o modelo de garantias deve passar de R$ 60 milhões para R$ 500 milhões a R$ 2 bilhões.
O diretor ressalva que as garantias são importantes mecanismos para os pequenos negócios terem acesso à crédito e financiamentos, mas não resolvem todos os problemas do empresário.
Mais comuns nos países da Ásia e da Europa, as SGC prestam o papel de garantias complementares exigidas pelos agentes financeiros. Os associados compõem um fundo garantidor, usado para pagamento de dívidas em caso de inadimplência. Além de obter melhores taxas de juros e condições de pagamento mais vantajosas para seus associados nas operações de crédito realizadas com os bancos parceiros, as SGC oferecem consultoria técnica para sua clientela.
O Banco Central (Bacen) já sinalizou que as SGC poderão se transformar em cooperativas de garantias sob sua regulação. Para o diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Bacen, Luis Edson Feltrin, além de discutir um modelo regulatório, é necessário pensar em como implementá-lo. “Precisamos assegurar poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, inclusivo, competitivo e socialmente justo. Nesse sentido, a educação financeira e empreendedora é uma importante agenda. E as SGC podem contribuir para a conscientização em relação à obtenção do crédito da melhor maneira”, declarou.
O Brasil conta hoje com sete SGC em operação – no Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Paraíba e Rio de Janeiro –, que já beneficiaram quase 1,6 mil pequenos empreendimentos. Outras quatro SGC estão em fase pré-operacional e há oito iniciativas em fase de formatação. Desse total, o estado do Paraná tem seis garantidoras, sendo três em pleno funcionamento, duas em fase pré-operacional e uma nova iniciativa.
Com informações da Agência Sebrae
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